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Mulher que teve o corpo queimado por companheira no DF é sepultada

Enterro do corpo de Tatiana Luz da Costa foi realizado nesta terça. Crime ocorreu no último dia 23 e vítima ficou uma semana internada

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1 de 1 _FL_1779 2a - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

“Nós, mulheres, estamos gritando por socorro.” Foi com esse sentimento e forte comoção que o velório de Tatiana Luz da Costa, 35 anos, ocorreu na tarde desta terça-feira (01/10/2019), no Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul. A declaração foi dada por Fátima Conceição Domiense, 42, amiga da confeiteira, que morreu na segunda (30/09/2019), após passar uma semana internada.

No último dia 23, ela teve 90% do corpo queimado durante incêndio supostamente provocado pela companheira em uma casa no Condomínio Total Ville, em Santa Maria. Ela é a 25ª vítima de feminicídio neste ano no Distrito Federal.

Para Fátima, que também era vizinha de Tatiana, a morte da amiga reforça o medo da violência presente no dia a dia das mulheres. “Isso tem que parar. Parece que toda semana aparece alguma mulher vítima de violência. Não dá mais”, disse, em tom de revolta.

Tatiana estava internada no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) desde 23 de setembro, mas não resistiu aos ferimentos. A companheira da vítima, Vanessa Pereira de Souza, 34, está presa, suspeita de causar o incêndio. Ela também teve parte do corpo queimado e está internada sob escolta policial.

Durante o velório, amigos e familiares da mulher se mostraram inconformados com a perda. Na visão de Fátima e do marido dela, Erivaldo Alves de Miranda, 47, o feminicício foi um choque.

“Elas eram muitos juntas, sempre as víamos juntas. Nos eventos, eram sempre festivas, ficavam com brincadeiras. Vendo de fora, era o casal perfeito”, comentou a antiga vizinha.

Segundo Erivaldo, a vítima nunca havia comentado sobre ameaças feitas pela companheira. “A Tatiana era a educação em pessoa. Já a Vanessa era mais bruta. Mas a gente não sabia de brigas nem nada, porque ela [Tatiana] era muito reservada.”

De acordo com o casal, Vanessa e Tatiana ficaram juntas por cerca de quatro anos. “A Vanessa saía muito para balada, festas, mas a Tatiana não apoiava muito não. Mas era só isso que sabíamos também”, contou Fátima.

Neste 2019, o Metrópoles iniciou projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.

O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país.

Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.

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