Mulher que morreu em UPA é enterrada em Taguatinga
Parentes de Patrícia Ellen, de 33 anos, disseram que a recepcionista teve atendimento recusado no Hospital Regional de Samambaia
atualizado
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A família de Patrícia Ellen, de 33 anos, se mostrou inconsolável no velório da recepcionista, na tarde deste domingo (9/12). A brasiliense morreu após ter atendimento negado no Hospital Regional de Samambaia (HRSAM). “Nunca pensei que iria enterrar a minha filha, essa não é a ordem natural da vida”, desabafou a mãe Edna Jussara, de 52 anos, durante o velório realizado no Cemitério de Taguatinga.
O sentimento de indignação dominou os discursos durante a cerimônia de despedida. Os amigos lamentaram a perda precoce e o descaso com que Patrícia foi tratada. “Se ela tivesse recebido atendimento, nós não estaríamos aqui agora”, acredita a mãe.
Patrícia deixou o marido e a filha de 5 anos. O viúvo, Rogério da Silva, de 27 anos, lembra como a mulher sempre tratou a todos de forma solidária, mas lamentou que quando ela precisou, não recebeu a mesma deferência. “Ela fazia parte de um grupo chamado Arte Contra a Violência, distribuía comida e roupas para moradores de rua. Só fez o bem durante a vida”, ressaltou.
A família de Patrícia Ellen acusa o Hospital Regional de Samambaia de negligência pela morte da mulher, na manhã de quinta-feira (6/12). A vítima procurou atendimento por volta das 8h30, mas morreu cerca de 40 minutos depois. Parentes entraram em contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para que a equipe prestasse os primeiros socorros e a encaminhasse ao hospital, mas não havia viatura disponível no momento.
Os atendentes transferiram a ligação para um médico, que orientou o solicitante a procurar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade. Em carro particular, a mulher foi levada inicialmente para o HRSAM, mas não teria conseguido atendimento. Segundo a família, Patrícia vinha passando mal há duas semanas, com dores no peito.