Mulher internada por dengue cai de janela de UPA e sofre traumatismo
Segundo família, houve omissão e negligência por parte da equipe médica. Responsável pelas UPAs, Iges-DF nega e promete apuração do caso
atualizado
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Diagnosticada com dengue, Cidalva Prates Guedes (foto em destaque), de 53 anos, buscou tratamento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ceilândia (DF). Após dias internada, despencou de cabeça de uma janela e sofreu traumatismo craniano. Ela está internada em estado gravíssimo no Hospital de Base.
A família acredita que a mulher foi vítima de omissão e negligência.
“A gente deixou a nossa mãe lá bem, para se curar de uma dengue. E minha mãe saiu de lá com traumatismo craniano porque não cuidaram dela. Não cuidaram dela. Deixaram ela pular. Segundo eles, por um delírio. Mas, se uma pessoa está com delírio, porque não amarra, não contém, não ficam olhando”, disse, aos prantos, Andressa Guedes Araújo, 33 anos, filha de Cidalva.
O órgão responsável pela gestão das UPAs nega negligência e diz que vai apurar o caso (leia mais abaixo).
Veja o local da queda:
Choro
Queda
Gravíssimo
“Disseram que o quadro da minha mãe não tinha reversão, que ela ia ficar em uma ala vermelha, mas sem condições de reversão. Disseram que a gente poderia se despedir dela. Falaram que iriam limpar ela do sangue, para a gente, pelo menos, poder dar um adeus para a minha mãe. Os aparelhos estão ligados porque o coração continua batendo. Mas que disseram que praticamente é o último suspiro da minha mãe”, afirmou.
Ocorrência
A família apresentou queixa na 19ª Delegacia de Polícia (P Norte). A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) vai apurar a suposta negligência.
“Eu aleguei negligência, porque eles deveriam ter cuidado da minha mãe. Se proíbe um acompanhante, a custódia é deles. Eles deveriam ter cuidado, fechado a janela. Por que aquela janela não tinha uma trava, uma tela? É inacreditável”, disse a filha.
Outro lado
O Metrópoles entrou em contato com Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF), responsável pela gestão das UPAs e do Base. O Iges-DF negou omissão no episódio. Segundo a instituição, o quadro inicial da paciente não apresentava necessidade de assistência na sala vermelha e de contenção, pois Cidalva não apresentava sinais de agitação ou violência.
“Dado momento em que a equipe da sala vermelha prestava assistência a outro paciente da mesma sala, a equipe ouviu o barulho e quando foi ao leito a paciente havia se jogado da janela. No mesmo momento a equipe prestou toda assistência à paciente, reavaliou a mesma e posteriormente a encaminhou e solicitou uma tomografia e um parecer da neurocirurgia do Hospital de Base”, relatou o Iges-DF.
O Iges-DF afirmou que irá apurar o caso e adotará medidas para evitar episódios semelhantes no futuro. Segundo o Iges-DF, a paciente segue internada no Base, recebendo todos os cuidados necessários.
Leia a nota completa do Iges-DF:
O IgesDF esclarece que a paciente deu entrada na UPA da Ceilândia em 3 de março, com um quadro de dengue, foi admitida e prestada assistência para melhora do quadro da mesma. Na admissão, ela não apresentava um quadro que necessitasse uma assistência de sala vermelha e, por ter menos de 60 anos, a paciente não tinha direito ao acompanhante. No decorrer do dia, a equipe assistencial identificou uma piora do quadro e a encaminhou para sala vermelha para que a mesma fosse assistida de forma mais intensa e ampla. No momento da admissão, a paciente não apresentava um quadro que necessitasse de contenção, pois não apresentava sinais de agitação ou de violência. Dado momento em que a equipe da sala vermelha prestava assistência a outro paciente da mesma sala. a equipe ouviu o barulho e quando foi ao leito a paciente havia se jogado da janela. No mesmo momento a equipe prestou toda assistência à paciente, reavaliou a mesma e posteriormente a encaminhou e solicitou uma tomografia e um parecer da neurocirurgia do Hospital de Base.
A unidade solicita ao Complexo Regulador vaga hospitalar a todos os pacientes internados e o pacientes das alas são assistidos 24h. Tanto que ao observarem o rebaixamento levaram a paciente para sala vermelha.
A gestão da unidade e o Núcleo de Segurança do Paciente foram comunicados imediatamente e apuraram todos os fatos para que sejam adotadas as medidas necessárias para que situações semelhantes não ocorram novamente. A unidade manteve os familiares informados sobre o quadro da paciente.
O IgesDF esclarece ainda que foi prestada assistência em todo período de permanência da paciente na unidade, e reafirma que não houve omissão por parte da equipe da UPA.
A paciente segue internada no Hospital de Base, recebendo todos os cuidados necessários.
A reportagem também entrou em contato com a Secretaria de Saúde sobre o caso. Por nota, a pasta afirmou que a paciente recebeu a assistência necessária na UBS. Também alegou que teria sido solicitado em novo hemograma, mas a paciente não teria retornado.
Veja a nota completa da pasta:
A direção de atenção primária da região Sudoeste informa que a paciente em questão foi atendida na unidade nos dias 23 e 24 de fevereiro, onde passou por exames laboratoriais que detectam dengue.
Ela recebeu toda assistência necessária de acordo com o quadro clínico e precisou de tratamento com hidratação venosa e medicamentos prescritos pela equipe médica para tomar em casa.
Além disso, foi solicitado um novo exame de hemograma, porém ela não retornou à UBS para realização do teste.