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Mulher esfaqueada pelo namorado pediu ajuda a autoridades durante anos

Mulher de 37 anos chegou a pedir socorro aos vizinhos, mas nada cessou as agressões. Suspeito teve prisão preventiva decretada

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A mulher que levou diversos golpes de faca do companheiro na segunda-feira (20/02) buscou desde 2020 ajuda das autoridades contra seu agressor.

Internada no Hospital Regional de Taguatinga (HRT) desde o começo da semana, a vítima de tentativa de feminicídio, de 37 anos, denunciou pela primeira vez as agressões de Ismael Assunção Lima, 33 anos, há três anos.

Em dezembro de 2020, ela registrou boletim de ocorrência contra o namorado por ter sido agredida com “socos, chutes e empurrões” após se recusar a sair com ele. Lima teria, ainda, batido a cabeça dela “contra uma parede” e a ameaçado de morte caso procurasse a polícia.

À época, Lima foi preso em flagrante, passou por audiência de custódia, mas recebeu liberdade provisória. Apesar de ter sido imposto a ele a proibição de aproximar-se da vítima, o agressor descumpriu as medidas determinadas e tornou a procurar a mulher.

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Ismael foi preso na segunda-feira (20/2), por tentar matar a companheira esfaqueada, no Riacho Fundo 1
Criminoso também feriu colegas que presenciaram a cena e tentaram conter as agressões
O homem teria, ainda, socado um PM no momento da prisão
Ismael Assunção Lima, 33 anos
Vítima de tentativa de feminicídio também foi espancada por Ismael em 2022
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Ismael Assunção Lima, 33 anos

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Ismael foi preso na segunda-feira (20/2), por tentar matar a companheira esfaqueada, no Riacho Fundo 1

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Criminoso também feriu colegas que presenciaram a cena e tentaram conter as agressões

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O homem teria, ainda, socado um PM no momento da prisão

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Ismael Assunção Lima, 33 anos

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Vítima de tentativa de feminicídio também foi espancada por Ismael em 2022

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Em 2022, depois de ser gravemente ferida por Lima, a vítima pediu socorro para um vizinho que, dias antes, havia deixado um bilhete por baixo da porta do apartamento.

Na conversa que teve com o morador do condomínio, a mulher disse que sentia “muito medo” e que precisava de ajuda. “Fui vítima de agressão doméstica. Estou toda machucada”, começou a moça. “Esse rapaz que me agrediu, meu ex-namorado, colocou uma moça, que era minha amiga, para me amedrontar. Já o denunciei antes, mas nada adiantou”, finalizou.

O vizinho tentou ajudar, mas, dias depois, Lima espancou outra vez a companheira, chegando a quebrar os dentes dela e a destruir seu celular.

Segundo o boletim de ocorrência, a violência só cessou após vizinhos acionarem a polícia. Lima, então, foi preso em flagrante, passou por audiência de custódia, mas novamente recebeu liberdade provisória.

Outras ocorrências

Dois meses após ser solto, Lima agrediu novamente a namorada. À época, a vítima teve parte da orelha rasgada e o nariz quebrado. O corpo e o rosto apresentavam diversos cortes. Pela terceira vez o criminoso foi preso, mas, após decisão da Justiça, foi colocado em liberdade.

Em 20 de fevereiro de 2023, Lima recebeu voz de prisão por tentar matar a companheira com golpes de faca dentro de um apartamento na CLN 7, no Riacho Fundo 1. Ele também feriu com a arma um homem que tentou impedir a agressão e deu socos em um policial militar.

O suspeito passou por audiência de custodia nesta quarta-feira (22/2) e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. Ou seja, ele responderá preso pelos crimes de tentativa de feminicídio, lesão corporal, ameaça, resistência e pela Lei Maria da Penha.

Segundo o juiz Gabriel Moreira Carvalho Coura, a prisão preventiva do autuado se faz necessária para o resguardo da ordem pública.

“Os fatos evidenciam a periculosidade e caracteriza situação de acentuado risco à incolumidade pública. O crime foi praticado com extrema violência, e há registros criminais anteriores que revelam que o autuado tem reiterado na prática de crimes motivados por questão de gênero, inclusive contra a mesma vítima”, disse o magistrado

“Diante de tal quadro, há risco concreto de que o autuado, em liberdade, possa reiterar na conduta delitiva, inclusive gerando risco potencial de agravamento da situação de violência envolvendo a vítima em questão“, finalizou Coura.

O Metrópoles procurou o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) e o questionou a respeito das sucessivas decisões judiciais que garantiram a liberdade de Lima. Segundo o órgão, na primeira audiência de custódia, Ismael foi liberado com fixação de medidas protetivas de urgência. Na segunda, foi fixada a monitoração eletrônica.

Na terceira, a prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva. “Em todas as oportunidades, havia medidas protetivas em vigor. O caso apresenta múltiplos fatores de risco a exigir abordagem multidisciplinar, sendo que a prisão isoladamente aplicada não é capaz de evitar futuras violências dentro do relacionamento”, declarou a assessoria do tribunal.

A defesa de Lima não foi localizada. O espaço segue aberto tanto para o TJDFT quanto para o advogado do suspeito.

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