Mulher enforcada com cinto teve cabelo cortado pelo marido
Caso ocorreu no início de novembro por conta de uma crise de ciúmes. Na época, Mirian registrou ocorrência contra o marido e saiu de casa
atualizado
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A cabeleireira Mirian Nunes, 26 anos, teve os cabelos cortados pelo esposo André Muniz, 52, após uma discussão motivada por ciúmes. O caso ocorreu em 13 de novembro de 2022. Pouco mais de um mês depois, a mulher foi assassinada estrangulada por um cinto, nessa segunda-feira (2/1). O companheiro é o principal suspeito e está foragido.
A mulher estava grávida de 9 meses quando foi agredida. Após André sair de casa, ela pegou um transporte por aplicativo para ir até a Delegacia da Mulher registrar ocorrência.
Com medo de ser agredida novamente, Mirian foi para uma casa abrigo, mas em dezembro, a cabeleireira deixou o local para dar à luz.
“Nesse momento ela voltou para a casa do André. A residência é em um lote com, pelo menos, sete barracos onde moram parentes do rapaz. Todos sabiam que ela vinha sendo agredida, mas não a ajudaram”, explicou a delegada responsável pelo caso, Thalita Nóbrega.
A Polícia Civil do DF investiga se André usou um cinto para enforcar a companheira. Após supostamente matá-la, André disse para a família que ia fugir e pediu que acionassem o Samu.
Quando o socorro chegou ao local, a mulher já estava sem sinais vitais. Além da recém-nascida, Mirian tinha outra filha de apenas 6 anos. As crianças estão com parentes. André não tem profissão ou ocupação e segue foragido.
Conheça Mirian, terceira vítima de feminicídio no DF em 2023:
Histórico de violência
Mirian já registrou pelo menos três ocorrências de violência doméstica. Dois casos foram em 2019, quando a cabeleireira estava em outro relacionamento.
Em janeiro de 2022, ela também havia sido agredida por um terceiro companheiro de quem se separou antes de relacionar-se com André.
Luto
Nas redes sociais, familiares e amigos de Mirian postaram homenagens a cabelereira. Em uma das publicações, uma colega escreveu que o companheiro de Mirian é um “monstro”.
“Meu Deus não dá pra acreditar que agora não vou mais ouvir você falar. Sempre te falei que homem não valia nada que era melhor ficar só com os filhos do que seus filhos sem você”, escreveu.
“Fica em paz, amiga. Agora você pode descansar e cuidar da sua família daí de cima”, lamentou outra.
Veja foto do suspeito foragido:
Outros casos
O primeiro feminicídio de 2023 aconteceu em Santa Maria. Uma jovem de 19 anos, identificada como Maria Vitória da Silva Moura, levou uma facada na coxa dentro de um ônibus após ser assediada, por volta das 23h45 de sábado (31/12).
A jovem foi levada ao Hospital Regional de Santa Maria, mas não resistiu ao ferimento. A tragédia ocorreu no dia do aniversário da vítima, quando completou 19 anos nesse sábado.
Em menos de 24 horas, a Polícia Militar do DF registrou outro feminicídio na capital federal. A vítima, Fernanda Letícia da Silva, 27, morreu por enforcamento, por volta da 1h40, na QNP 17 de Ceilândia.
A Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) II, na região administrativa, investiga o caso. Maxwel Lucas Rômulo Pereira de Oliveira, 32, é o principal suspeito.
