Mulher eletrocutada no DF se apoiou em poste para fazer xixi
Amigo da jovem de 25 anos disse que eles tinham ido a uma festa no Paranoá e que estava ao lado dela na hora do incidente
atualizado
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Um dos amigos de Thais Sibele Alves Souza, 25 anos, morta após sofrer uma descarga elétrica, deu detalhes de como aconteceu o acidente. Elizeu Matias Arruda, 18, estava ao lado dela e virou o rosto porque ela tinha se agachado para fazer xixi. Ao encostar uma das mãos em um poste de iluminação público e outra em uma cerca metálica, Thais recebeu o choque.
O caso aconteceu na madrugada de sábado (15/02/2020) na Quadra 19 do Paranoá. Um helicóptero chegou a ser deslocado pelo Corpo de Bombeiros (CBMDF), mas, após uma hora de tentativas de reanimação, foi constatado o óbito da jovem.
A moradora do Itapoã havia saído com três amigos para o Art Club Cultura Reggae, uma casa de festas no Paranoá, na noite de sábado. Ao chegar lá, porém, o grupo achou o local vazio e resolveu se deslocar para uma praça.
“Eu não conhecia o lugar, ela iria me apresentar. Mas, como havia pouca gente, saímos e fomos comprar uma bebida para depois ficar numa pracinha”, narrou Elizeu.
Thais, contudo, não chegou até a praça. Parou para urinar ao lado da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Paranoá. Quando ela se agachou, Elizeu e outros amigos se viraram. Ao virarem de volta, a jovem já tinha sofrido a descarga elétrica. “Os meninos chamaram os bombeiros na hora”, lembrou ele.
Elizeu e Thais se conheciam havia pouco tempo, mas, como moravam perto um do outro, se viam com frequência. “Era só brincadeira o tempo todo”, disse. “A gente se apegou muito rápido. Ela era alegre demais, não deixava ninguém triste, vivia rindo”, completou o amigo, com lágrimas nos olhos.
Atendimento
De acordo com a corporação, a vítima sofreu uma parada cardiorrespiratória após levar o choque. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) atendeu, inicialmente, a ocorrência. Entretanto, diante da gravidade do caso, o grupamento pediu o reforço da equipe de Suporte Avançado de Vida.
Edilson Pereira de Matos, 50 anos, trabalha há 22 como segurança na UBS e conta que nunca tinha visto caso parecido nas proximidades. “Nesse tempo todo, essa foi a primeira vez que vi algo assim. No fim de semana, fica uma feirinha nessa rua e o pessoal encosta no poste, na grade. Ninguém nunca reclamou de nada”, relatou.
O comerciante Adenilson de Jesus, 39, atuou durante anos na feira que, nos fins de semana, fica na rua em que Thais sofreu a descarga elétrica. Atualmente, ele vende alimentos em frente à UBS e relata que também nunca ouviu falar de casos como o da morte da jovem.
“É comum o pessoal encostar no poste, se apoiar para descansar. Mas nunca ouvi falar desses postes darem choque”, comentou. “A gente fica com medo, porque passa muita gente, criança mesmo”, acrescentou.
Logo após o incidente, a Companhia Energética de Brasília (CEB) informou que aguardará as investigações bem como laudo pericial. Disse, também, que lamenta o acidente, “registra seu pesar e solidariedade à família da vítima e encontra-se à disposição das autoridades para cooperar na elucidação das circunstâncias que possam ter causado esse trágico ocorrido”.
Nesta segunda-feira (17/02/2020), a CEB esteve no local com a Polícia Civil para realização da perícia. A companhia reafirmou que as causas ainda estão sendo investigadas.
“A grade adjacente ao poste foi inspecionada pela equipe da CEB e não se encontrava energizada. As outras luminárias do local também foram vistoriadas pela equipe da Companhia e estão funcionando corretamente”, adiantou, em nota.