Mulher diz que mudou do DF por medo de Marinésio: “Vou te pegar”
Confeiteira de 39 anos denunciou maníaco nesta segunda-feira (02/09/2019) e disse que foi abusada por ele em Sobradinho há oito anos
atualizado
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Mais uma mulher compareceu à 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina), nesta segunda-feira (02/09/2019), para denunciar o cozinheiro Marinésio dos Santos Olinto (foto em destaque), 41 anos. A confeiteira, 39, contou que foi atacada pelo maníaco no início de 2011. E escapou por pouco das garras do assassino confesso de Letícia de Sousa Curado, 26, e Genir Pereira de Sousa, 47.
Ela se recorda que procurava transporte para sair de Sobradinho e chegar a Planaltina. “Ele passou fazendo lotação. Quando entrei e fui dar o dinheiro, recusou. Já achei estranho”, conta a mulher. De acordo com a confeiteira, após embarcar na Blazer prata de Marinésio, ele começou a assediá-la. “Passou a mão nas minhas partes íntimas e apertou meus seios”, disse.
Após o suspeito ter dito a ela que os dois iam ficar juntos, a vítima fingiu concordar até que Marinésio parasse o carro. Quando ele parou, próximo ao Polo de Cinema, em Sobradinho, em uma região deserta, a mulher afirma que saiu correndo e conseguiu escapar. “Ele saiu com o carro e consegui ouvir ele gritar: ‘Onde eu te ver, vou te pegar'”, recorda-se a confeiteira.
A mulher afirma ter se mudado de Sobradinho para Águas Lindas (GO), no Entorno do Distrito Federal, por medo de o maníaco encontrá-la. Ela o reconheceu pelas reportagens na semana passada e, nesta segunda (02/09/2019), foi até a delegacia. “Tenho sorte de estar viva. Foi horrível, havia muita coisa no banco de trás, incluindo uma pasta e uma bolsa de mulher. Fiquei com medo de morrer”, afirma.
Na sexta-feira (30/08/2019), um dos irmãos de Marinésio prestou depoimento. Ele trouxe novas informações à investigação da 6ª Delegacia de Polícia. Disse que o suspeito frequentou algumas vezes a pizzaria onde Genir trabalhava, no Paranoá. O familiar revelou que era dono do carro vermelho usado pelo homicida para atacar pelo menos duas vítimas que procuraram a Polícia Civil e afirmaram que o acusado guiava o veículo quando as abordou.
De acordo com o depoimento, o cozinheiro frequentava quase diariamente a região do Paranoá, onde chegou a morar anos atrás. Lá, conheceu a atual companheira. O casal depois se mudou para a região do Vale do Amanhecer, em Planaltina. Toda a família dele ainda vive na cidade.
A polícia tenta descobrir se Marinésio já havia visto Genir na pizzaria e se o ataque teria sido premeditado. A faxineira não costumava trabalhar diariamente no estabelecimento, ficando na área de limpeza. Os investigadores buscam testemunhas que possam confirmar a tese de crime planejado.
Basta à violência
Neste fim de semana, brasilienses se reuniram em ato de protesto pelo fim da violência contra a mulher no Distrito Federal. A concentração da Caminhada Feminicídio Não ocorreu em frente à Feira Permanente de Planaltina.
A manifestação contou com a presença de familiares de Genir Pereira de Sousa, 47 anos, e de Letícia Sousa Curado, 26, ambas assassinadas por Marinésio dos Santos Olinto, 41. Um dos presentes foi o marido da advogada morta em 23 de agosto, Kaio Fonseca, 25.
Ao longo da caminhada, manifestantes ressaltaram a importância de as vítimas de violência doméstica procurarem as autoridades policiais e registrarem ocorrência. Os participantes também aproveitaram a oportunidade para cobrar políticas públicas voltadas para o combate a feminicídio, que chegaram a 17 em 2019 no DF.