Mulher denuncia na internet caso de machismo e racismo no centro do DF
Estudante foi ofendida por vendedores ambulantes no Setor Comercial Sul. Chamada de “preta safada”, ela fez um desabafo nas redes sociais
atualizado
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A estudante Keyla Celestino, 23 anos, denunciou nas redes sociais mais um caso de racismo e machismo que aconteceu no Setor Comercial Sul, em Brasília. Keyla estava passando, na tarde de quinta-feira (7/7), quando foi “cantada” por dois vendedores ambulantes. Segundo ela, ao não responder aos comentários machistas, foi agredida verbalmente com ofensas racistas.
“‘Sua preta safada, vai lavar roupa, sua lavadeira safada’, foi isso que eu ouvi. Quer dizer que eu não posso ter direito de ir e vir? Eu tenho que aceitar a cantada? Eu não sou obrigada a ouvir todas essas ofensas. O mínimo que eu me senti foi constrangida, ofendida”, desabafou.
Keyla contou que, logo após o episódio, procurou uma viatura que estava nas proximidades. Segundo ela, os militares teriam procurado o agressor, mas não o encontraram. A jovem pretende agora procurar uma delegacia para registrar uma ocorrência.
“Essa não foi a primeira e nem será a última vez que irá acontecer um crime de racismo ou contra mulheres. Eu simplesmente fiz a minha parte, quero mostrar que não é preciso ter medo de ser negra e mulher. Precisamos acabar com o preconceito e o ódio, estamos à beira de um colapso, em que as pessoas não têm amor ao próximo e não se amam. Eu só quero paz!”, declarou.
Esse tipo de crime tem sido recorrente no DF. Há duas semanas, o Metrópoles mostrou o caso de uma servidora aposentada do Ministério das Relações Exteriores, de 77 anos, presa acusada dos crimes de injúria racial e racismo. Terezinha de Oliveira Silva se envolveu em uma confusão no Super Adega, no Cruzeiro, ao puxar os cabelos da produtora audiovisual Elizabete Braga, 38. Incomodada, Elizabete reclamou com a mulher, que passou a xingá-la de “negra do cabelo ruim, negra nojenta e mal educada”.
Na delegacia, Terezinha ainda ofendeu e cuspiu na direção da delegada que também era negra. No dia seguinte ao ocorrido, durante audiência de custódia, a aposentada fez gestos obscenos ao juiz. A auxiliar de oficial de chancelaria se revoltou durante a audiência quando o magistrado determinou que ela fosse submetida a um teste de sanidade mental. Em virtude da idade avançada e por ser ré primária, o juiz decidiu que a aposentada deve responder ao processo em liberdade.