Mulher denuncia homofobia em boliche do DF: “Expulsas por selinho”

Na véspera do Dia do Orgulho LGBTQIA+, comemorado nesta terça-feira (28/6), uma mulher denunciou ter sido vítima de homofobia em um boliche localizado em Sobradinho. A vítima alega que foi agredida e expulsa do estabelecimento chamado Capitão Boliche após ser vista beijando a namorada.

Por meio de publicações nas redes sociais, Brenda Araújo, de 24 anos, relatou ter ido ao local com alguns amigos na noite de segunda-feira (28/6) para se divertir. Porém, o que era pra ser um momento de lazer, tornou-se confusão.

A namorada dela, Djeanne Rodrigues, 24 anos, era funcionária do boliche e tinha sido convidada para a festa de aniversário da filha do proprietário. Na ocasião, ela foi acompanhada de Brenda e outros amigos.

“A filha do proprietário me viu dando um selinho na Djeanne no banheiro e mandou a gente ir embora. Depois, dois funcionários apareceram e empurraram eu e a minha namorada. Um deles ainda deu um soco no rosto do meu amigo, tomaram meu celular e ameaçaram quebrar o aparelho. Fomos expulsos de lá”, detalhou a jovem.

Veja a confusão: 

As imagens começaram a ser gravadas ainda no boliche. No vídeo, ela aparece bastante revoltada com a situação e chama o estabelecimento de homofóbico. “Em pleno 2022, preconceito do caralho”, diz. Uma garota ainda tenta impedi-la de gravar a confusão.

Os envolvidos foram encaminhados para a 13ª DP (Sobradinho), onde a ocorrência foi registrada. Segundo Brenda, em frente a delegacia, eles foram vítimas de outra tentativa de agressão por parte da mulher e dos funcionários dela.

“Eles tentaram vir para a cima da gente novamente. A mulher, que estava mais exaltada, ainda chamou o meu amigo de ‘viado desgraçado’. De acordo com eles, a violência se deu porque era um ambiente de família ia contra as diretrizes, apesar de ter vários casais héteros se pegando no saguão”, conta ela.

A confusão teria continuado mesmo depois de deixarem a delegacia. De acordo com a vítima, os dois homens começaram a segui-los pela cidade e chegaram a tentar agredi-los dentro de um supermercado da região. “Tivemos que voltar para a delegacia, porque fomos coagidos”, lamentou.

Diante da repercussão do caso, Brenda compartilhou um pedido para que amigos e conhecidos denunciassem o perfil no Instagram do estabelecimento. Na noite desta terça, a conta já havia sido desativada.

“Apesar dos pesares, é incrível ver que não estamos sozinhos nessa. Mexeu com um, mexeu com todos nós. Não vão mais nos calar dessa forma”, destaca ela.

A namorada de Brenda, pediu demissão do estabelecimento após o o ocorrido e pede justiça. “As gravações da câmera de segurança do local mostram a agressão. Foi uma humilhação na frente de todo mundo. A gente luta tanto pelos nossos direitos e não podemos ter uma simples demonstração de afeto”, lamenta.

O que diz o boliche

Em nota, o Capitão Boliche informou que “não compactua com esse tipo de postura e repudia qualquer incitação ao ódio ou discriminação”.

A diretoria acrescentou que, por não funcionar às segundas-feiras, cedeu o espaço de festas para um evento particular fechado, “portanto, sem clientes na casa, para confraternização de aniversariantes do mês de funcionários e colaboradores do Capitão Boliche”.

“Infelizmente, funcionários de folga e amigos se alteraram no fim da festa, decorrendo daí alguns desentendimentos levados a efeito a partir dos portões de saída do Capitão Boliche, na rodovia DF-150, na frente da própria delegacia de Polícia Civil e atingindo outros estabelecimentos da cidade, como foi o caso do Ultrabox, da quadra 8, de Sobradinho”, destacou.

O Capitão Boliche também ressaltou que “estes desdobramentos já são inclusive do conhecimento da autoridade policial competente, que já colheu depoimentos e apura os fatos quanto à falsa autoria de crime de homofobia indevidamente atribuído ao Capitão Boliche.”

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