“Muitas pessoas já foram prejudicadas”, diz fazendeiro sobre os crimes de Lázaro
Nesta quinta-feira (17/6), as buscas estão concentradas no Residencial Itamar Nóbrega, bairro onde o pai de Lázaro tem casa
atualizado
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No 9° dia de caçada a Lázaro Barbosa, 32 anos, suspeito pela chacina que dizimou uma família no Incra 9, em Ceilândia, moradores e fazendeiros da região de Girassol, relatam medo e insegurança com a possibilidade de que o criminoso possa estar na região. Nessa quarta-feira (16/6), o comando policial da força-tarefa mudou de local e saiu de Edilândia para Girrasol.
Na manhã desta quinta (17/6), buscas estão concentradas no Residencial Itamar Nóbrega, bairro onde o pai de Lázaro tem casa. O homem deixou o local após a repercussão do caso.
O fazendeiro Flávio Fernandes de Araújo tem uma propriedade na região e comentou que é amigo dos três homens baleados por Lázaro, em Cocalzinho, no último sábado (12/6). “Eles estão fora de perigo. Estão bem e se recuperando do susto”, confirmou o fazendeiro.
Após os momentos de terror vividos pelos amigos, Flávio diz que, agora, o clima das cidades, todas próximas umas das outras é de terror. As fazendas estão todas abandonadas. “Nossos negócios pararam. Os fazendeiros estão todos vendendo as suas terras. Os nossos funcionários não descem mais para a área rural. Os animais estão passando fome e com risco de ficarem doentes”, alegou.
O fazendeiro disse ainda que, na opinião dele, se a estratégia de busca, realizada pelas forças policiais, não está dando certo, é necessário mudar o cenário. “A gente não aguenta mais. Não aceita mais desculpas. É preciso achar solução. Muitas pessoas já foram prejudicadas por esse assassino. Quantas mais serão necessárias para que se mude a estratégia”, opinou o homem.
Na manhã desta quinta-feira, policiais da força-tarefa realizam buscas por Lázaro Barbosa, 32 anos, em uma área de mata fechada, em Girassol, no Residencial Itamar Nóbrega I. Um morador da região disse ter visto homem com as mesmas características de Lázaro no local.
Três helicópteros também foram acionados para averiguar a denúncia. As informações foram recebidas pelo serviço de inteligência. Informações preliminares apontam que um morador da região teria dito que a Lázaro passou a noite em uma área urbana do bairro e entrou na mata pela manhã.
Neste momento, as buscas estão concentradas entre o Residencial Itamar Nóbrega I e o Residencial Itamar Nóbrega III. Ele estaria indo em direção ao conjunto Habitacional onde o pai dele mora, em Girassol. O homem deixou a casa após a repercussão do caso.
Morador da região há 30 anos, que preferiu não se identificar por medo, comentou ao Metrópoles que a informação rodou os grupos da região nas primeiras horas do dia. “Assim que chegou até nós, resolvemos vir até a base para denunciar e a polícia já está na área. A informação de que ele poderia estar na área, próximo ao gabinete de crise, é real. Diversas viaturas estão espalhadas na tentativa de capturá-lo.”
Tiro em policial e família refém
Na tarde de terça (15/6), Lázaro baleou de raspão um policial durante troca de tiros. O autor da chacina no Distrito Federal também fez três reféns em Edilândia. Na fuga, o criminoso passou por uma chácara e escondeu reféns sob folhas para que não fossem vistos pelas buscas aéreas da polícia. Eles foram encontrados com vida. As vítimas são pai, mãe e filha, de 48, 40 e 15 anos, respectivamente.
Também na terça, Lázaro foi flagrado por câmeras de segurança. “Ele estava com uma jaqueta, bermuda, uma blusa e uma botina. Estava com uma mochila nas costas, mas não vi qualquer machucado. Não havia nada aparente. Ele dormiu na cama que eu descanso e não ficou marca de sangue. Só suja de terra. Se estava armado, a arma estava dentro da mochila”, disse o chacareiro Rosinaldo Pereira de Moraes, 55 anos.
Veja imagens das buscas a Lázaro:
Chacina
Lázaro é suspeito de matar Cláudio Vidal de Oliveira, 48 anos, Gustavo Marques Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15. Ele ainda sequestrou e matou Cleonice Marques de Andrade, 43 anos, esposa de Cláudio e mãe das outras vítimas. O crime ocorreu na madrugada do dia 8/6, no Incra 9, em Ceilândia.
O corpo dela foi encontrado no sábado, em um matagal. O cadáver estava sem roupa e com um corte nas nádegas, em uma zona de mata perto da BR-070.
A morte de Cleonice reflete a crueldade de Lázaro. Caçado por uma coalização de forças policiais, o maníaco matou a mulher com um tiro na cabeça.
Família Vidal:
Desde que matou a família Vidal, Lázaro vem entrando e saindo de propriedades, fazendo novas vítimas. Ainda no Incra 9, em Ceilândia, ele invadiu outros dois locais. Obrigou os chacareiros a cozinharem para ele e a, até, fumarem maconha com ele. Sempre agressivo, chegou a roubar um carro e incendiá-lo, próximo a Cocalzinho.
No sábado (12/6), ele invadiu a fazenda da família de um soldado do 8⁰ BPM, próximo à Lagoa Samuel. Ele fez o caseiro refém, quebrou tudo, bebeu e fumou maconha. Também obrigou o funcionário a consumir a droga.
Segundo a corporação, o soldado chegou à propriedade no início da noite, foi até a cancela e, provavelmente, ao abri-la, o homem fugiu, levando o caseiro como refém.
O criminoso seguiu para a fazenda ao lado, a cerca de 700m, e baleou três homens. Havia no local uma mulher e uma criança. Testemunhas informaram que o suspeito da chacina colocaria fogo na casa e não o fez por causa das vítimas.
Possíveis disfarces
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio do Laboratório de Representação Facial Humana, divulgou imagens de possíveis de disfarces de Lázaro Barbosa de Sousa, 32 anos.
A medida tem como objetivo apresentar possíveis aparências do foragido a fim de facilitar o seu reconhecimento, caso tenha feito alterações estéticas ou esteja usando algum acessório, como boné, máscara e óculos.
A PCDF solicita o apoio da população para localizar o homem. As informações podem ser feitas pelo Disque Denúncia, no telefone 197. A ligação é anônima.
Veja as projeções: