Mudanças na Saúde: CLDF pede fim da crise nos hospitais públicos
Deputados distritais da base e da oposição consideram que rede pública precisa de melhorias urgentes em diversos serviços
atualizado
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Para a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), a nova administração da Secretaria de Saúde não pode limitar os esforços na vacinação contra Covid-19 e precisa apresentar soluções urgentes para outros problemas da rede pública, a exemplo de filas de cirurgias, déficit de profissionais de saúde e falhas estruturais nos hospitais.
Nesta quinta-feira (26/8), o governador Ibaneis Rocha (MDB) decidiu exonerar o secretário de Saúde, Osnei Okumoto. O próprio governador assumirá a pasta interinamente nos próximos dias.
“Não cabe a mim ficar comentando exoneração nem nomeação do governo. Acho que o governo deve ter feito a avaliação. Realmente, no caso da saúde pública do DF, nós temos recebido mais reclamações ultimamente do que o normal. A saúde pública sempre será o desafio para qualquer governante”, comentou o presidente da CLDF, deputado distrital Rafael Prudente (MDB).
A partir da mudança, Prudente espera que o governador possa montar uma nova equipe de Saúde capaz de proporcionar mais atenção à população e uma prestação de serviço de melhor qualidade. Prudente e Ibaneis são aliados políticos. Para o presidente da CLDF, o governo tem conseguido bons resultados na economia, educação e assistência social.
“O foco desse momento, neste, em especial, tem de ser a saúde pública do DF. Então, acho que o governador deve tomar todas as medidas necessárias. Espero que saiba montar uma equipe que vai dar conta do recado para a população não sofrer lá na ponta”, afirmou Prudente.
“Falou-se muito da Covid, mas nós temos problemas reais no tratamento do câncer, temos problemas reais em várias cirurgias que estão represadas”, destacou o presidente da Casa. Neste contexto, o parlamentar defende a organização de mutirões para resolver o problema dos pacientes.
Chagas políticas
Membro da base, deputado distrital Jorge Vianna (Podemos) avalia que o governo demorou para fazer a substituição. “Eu vejo que a Secretaria de Saúde está paralisada na vacina. Não se fala das cirurgias e de outros problemas. Parou no tempo. Não vi muito emprenho do ex-secretário para essas outras áreas”, assinalou.
Robério Negreiros (PSD), vice líder do governo na CLDF, comentou o episódio. “A mudança de secretariado é prerrogativa do governador e que sempre se pauta em buscar melhorias na gestão. A pasta da saúde tem problemas crônicos, que vem de governos anteriores, e o atual governo vem tentando melhorar, mesmo com o evento inesperado da pandemia”, disse.
Oposição
Para o deputado distrital Chico Vigilante (PT), a troca na saúde era urgente. “Osnei é uma pessoa simpática, mas ficou demonstrado que ele não entendia muito da Saúde no DF”, afirmou.
Para Vigilante, o primeiro passo da nova gestão deveria ser a extinção do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF). “O Hospital de Base (foto em destaque), e as UPAs precisam votar a para secretaria. Sem a integração, fica difícil fazer saúde pública no DF”, alertou.
Do ponto de vista do deputado Leandro Grass (Rede), fica difícil criar uma expectativa positiva em relação a qualquer troca do atual governo. “Não há perspectiva de mudança no atendimento. Os desafios são inúmeros. Os hospitais regionais estão com problemas gravíssimos, estruturais”, destacou.
Para Fábio Felix (PSol), “preocupa que, no contexto da pandemia, não haja estabilidade na saúde. “Mais uma mudança e, de um jeito ou de outro, quem paga a conta é a população do DF”.