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MPGO vai investigar asfalto levado até a fazenda de Liliane Roriz

Promotores querem saber por que a empresa contratada para pavimentar rodovia estendeu o serviço à propriedade da deputada distrital

atualizado

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Fazenda Liliane Roriz
1 de 1 Fazenda Liliane Roriz - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O Ministério Público de Goiás (MPGO) vai investigar se o asfaltamento na fazenda da deputada distrital Liliane Roriz (PTB) foi financiado com recursos do governo do estado. Nesta quarta-feira (29/11), o promotor que coordena o Centro de Apoio Operacional do órgão, Bruno Barra, encaminhou o procedimento para a Promotoria de Defesa do Patrimônio.

“O promotor que assumir o caso, certamente, exigirá o contrato da empresa para saber em quais circunstâncias ocorreu a pavimentação em uma propriedade particular”, disse Barra. Ele explicou ainda que, por se tratar de uma obra do governo goiano, o caso será distribuído e apurado na capital e não na Comarca de Luziânia, onde está localizada a propriedade de Liliane.

A investida do MPGO ocorre após o Metrópoles revelar, na terça-feira (28), que a empresa contratada pela Agência Goiana de Transporte e Obras (Agetop) para asfaltar 12km da GO-425 fez uma espécie de “puxadinho” e estendeu o serviço até a propriedade privada da parlamentar. Apesar da proximidade, os vizinhos de Liliane permanecem com acessos de terra batida.

A Eletro Hidro Ltda. (EHL) recebeu R$ 14,4 milhões para revitalizar a rodovia que liga Luziânia ao Jardim Lago Azul, no Novo Gama, ambos municípios goianos situados no Entorno do Distrito Federal. A companhia admitiu ter pavimentado 1,5km que beneficia Liliane, mas negou que tenha recebido dinheiro público pelo asfalto dentro da fazenda.

Apesar dos pedidos da reportagem, nem a EHL nem Liliane Roriz apresentaram notas fiscais ou comprovantes bancários para atestar que o serviço foi pago pela distrital. Levando em consideração o valor total da obra contratada pelo Executivo goiano, por paralelismo, o percurso entre a via principal e a casa da deputada teria alcançado cifras milionárias. Mas o suposto desembolso da quantia permanece um mistério.

A assessoria de comunicação de Liliane Roriz informou que ela não falaria sobre o caso. Já a Agetop reforçou não ter autorizado qualquer intervenção com recursos públicos em unidades privadas.

Veja o antes e depois do trecho da GO-425 que corta a fazenda de Liliane Roriz

 

Empresa enrolada
A Eletro Hidro Ltda. (EHL) coleciona rolos nas obras que executa Brasil afora. Em 2016, o proprietário da empresa, Wilmar Oliveira de Bastos, foi preso pela Polícia Federal acusado de integrar uma organização criminosa que fraudava licitações de terraplanagem e pavimentação em Tocantins. Ele e outros 20 comparsas também detidos na Operação Ápia podem ter causado prejuízos superiores a R$ 1 bilhão.

Todas as empresas de Wilmar Bastos têm sede em Tocantins. Conhecido como “Chatão”, ele é responsável por grandes obras no estado. Entre elas, a da alça viária Norte-Sul, em Palmas, ficou paralisada pelas investigações da Operação Ápia. Esse contrato foi firmado no valor de R$ 129 milhões.

Wilmar também é acusado de ter fechado um contrato de R$ 52 milhões para asfaltar vários municípios de Palmas, mas, em razão da suposta má qualidade do material utilizado, o piso começou a rachar em poucos meses.

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Em imagem do Google Maps, é possível ver a entrada da fazenda antes das obras, com mato queimado e terra
Via de acesso à fazenda de Liliane Roriz, na GO-425, antes das obras
Levantar poeira era inevitável antes das obras no local
Funcionário trabalha na via de acesso à propriedade particular de Liliane Roriz
Obras no local, com canaletas, rodapé e sistema de escoamento
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Reprodução do Google Maps mostra trecho antes de ser asfaltado, tomado pelo mato e com chão de terra batida

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Em imagem do Google Maps, é possível ver a entrada da fazenda antes das obras, com mato queimado e terra

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Via de acesso à fazenda de Liliane Roriz, na GO-425, antes das obras

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Levantar poeira era inevitável antes das obras no local

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Funcionário trabalha na via de acesso à propriedade particular de Liliane Roriz

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Obras no local, com canaletas, rodapé e sistema de escoamento

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Ainda há brita no acesso à fazenda da deputada distrital Liliane Roriz

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Pista de acesso à guarita da fazenda foi pavimentada. Segundo funcionários, a brita estende-se até o mata-burro

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Pela cerca da fazenda, é possível notar as alterações

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Animais caminham sobre o piso novo na propriedade de Liliane

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Casa onde moram funcionários da deputada, na entrada da fazenda

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Trecho da rodovia GO-425, asfaltada recentemente

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Trecho da pista recém-asfaltada

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Placa no trevo entre a GO-425 e a pista de acesso a Corumbá IV

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Guarita de acesso à Agropecuária Palma não foi asfaltada

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Entrada da fazenda Palma foi asfaltada

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Acesso a uma propriedade na GO-425 que segue inalterada

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Outras propriedades que ficam na GO-425 não receberam pavimentação

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