MPDFT vistoria hospital público após denúncias de violência obstétrica
Ministério Público constatou que número de profissionais obstétricos no Hospital Regional de Santa Maria é inferior ao necessário
atualizado
Compartilhar notícia
A unidade de obstetrícia do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) recebeu inspeção da Promotoria de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde (Pró-Vida). Na visita, realizada nessa segunda-feira (8/8), ficou constatado o déficit de profissionais obstétricos. A iniciativa faz parte de procedimento instaurado devido a denúncias de suposta violência obstétrica.
Violência obstétrica: o que é, como reconhecer e denunciar
De acordo com o assessor médico da Pró-Vida, Márcio Souza, a maior dificuldade do HRSM continua sendo o número reduzido de profissionais no local. Assim, a equipe da promotoria recomendou algumas correções.
“Recomendamos cinco médicos por plantão. Esse número ainda não foi atendido. Hoje, são três ou quatro, depende do dia, mas já estão em processo seletivo para novas admissões”, destacou.
O hospital criou uma comissão multidisciplinar para acompanhamento dos casos de lesões obstétricas. Segundo o MPDFT, também houve a contratação de fisioterapeutas para contribuir com as gestantes durante o trabalho de parto.
Em relação aos equipamentos e à mobília, a unidade de saúde adquiriu o cardiotocógrafo, aparelho utilizado para avaliar a vitalidade fetal. De acordo com a Pró-Vida, a direção do hospital explicou que uma dificuldade para melhorar o serviço é a forma do contrato de gestão da Secretaria de Saúde com o Instituto de Gestão Estratégica do Distrito Federal (Iges-DF).
“Ele não permite adquirir equipamentos novos. Para isso, é preciso pedir, por meio de emendas ou projetos, o aporte financeiro. Esse modo de gestão acaba tirando a autonomia”, explicou o médico da Pró-vida.
Segundo o Iges, há um processo seletivo em andamento para o preenchimento das 12 vagas de obstetrícia na unidade de saúde. Ao todo, 21 candidatos participarão da seleção, marcada para ocorrer na manhã desta quinta-feira (11/8).
A Promotoria recebeu reclamações sobre o atendimento prestado às gestantes e reuniu-se com profissionais que atuam no hospital para conhecer as dificuldades enfrentadas pela equipe.