MPDFT pede que PM investigue policial que causou morte de criança
Acidente fatal foi causado pelo policial militar Carlos Roberto de Carvalho Neto, 26 anos, na madrugada de terça-feira (16/8), na EPNB
atualizado
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A Promotoria de Justiça Militar, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), fará requisição de instauração de investigação do acidente de trânsito que matou Lucas Cavalcante Andrade, 10 anos. A colisão foi causada pelo policial militar Carlos Roberto de Carvalho Neto, 26, na madrugada de terça-feira (16/8), na Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB).
Segundo informações do MPDFT, a requisição será feita para que a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) apure o comportamento dos PMs e a guarnição que atendeu o local do acidente. Na prática, o procedimento é obrigatório. “Somente com o resultado dessas investigações, será possível determinar que outras medidas a promotoria pode tomar”, informou. O enterro do menino ocorreu nessa quarta-feira (17/8) no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul.
O policial militar foi liberado após prestar esclarecimentos na 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas). Em depoimento, o PM informou que estava em Samambaia, na casa de um amigo, e seguia pela BR-060 com destino à sua residência, no Cruzeiro. O oficial detalhou que, quando passou perto de uma obra, próximo à passarela do Riacho Fundo 1, um veículo de cor vermelha o fechou.
Carlos Roberto acrescentou que tentou frear, mas bateu no carro que estava à frente, o Fiat Uno branco da família de Lucas. O soldado afirmou que tentou socorrer as vítimas. O menino morreu no Hospital de Base do DF. A mãe ficou ferida. O pai, Adelson Andrade, também estava no Uno. A Polícia Militar foi acionada, mas Carlos Roberto se recusou a fazer o teste do bafômetro e acabou conduzido à delegacia.
A coluna Na Mira, do Metrópoles, apurou que, horas após o acidente, o militar compareceu ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer o exame que constataria a embriaguez. O laudo preliminar do corpo de delito, porém, deu negativo para a ingestão de álcool. Dessa forma, o policial militar não foi autuado em flagrante.
Despedida
Um misto de tristeza e revolta marcaram o velório de Lucas. O pai junto ao outro filho, de 14, reuniu os brinquedos do menino e colocou ao lado do caixão.
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Inconsolável, Adelson Andrade clamou por justiça. “Cadê a justiça que não aparece para prender esse bandido? Acabou comigo, acabou com a minha família, minha mulher e meus filhos”, disse.
“Faz alguma coisa para ajudar, meu Deus”, pediu, aos prantos.
“Ele destruiu a nossa família e a dele também. Com 26 anos, ele é um menino ainda. Tudo começou pela imprudência. A bebida é um terror na vida de qualquer família”, lamentou a bisavó materna de Lucas, Zilar Maria de Carvalho, 78.
Após o acidente, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) afastou o policial das ruas. O PM exercerá atividades administrativas e contará com apoio psicológico, segundo a corporação. Um procedimento interno também será instaurado para apurar a conduta do praça.