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MPDFT investiga bombeiros que usaram etanol em produção de álcool 70%

Prática não é recomendada pela Agência Nacional do Petróleo por oferecer risco à saúde dos usuários

atualizado

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Militares do Corpo de Bombeiros (CBMDF) designados para produção de álcool 70% viraram alvo de investigação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que apura irregularidades na fabricação do material.

No início de abril, a chefia do 22º Grupamento de Bombeiro Militar designou servidores para atuarem na produção do material usado no combate ao novo coronavírus. A produção seria, futuramente, doada à Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF).

Para a fabricação, os miliares estariam fazendo o uso de etanol combustível, que abastece veículos automotores. Ocorre, no entanto, que a prática não é recomendada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) por oferecer risco à saúde dos usuários.

“Há risco de contaminação durante a produção, transporte e armazenamento ainda que em pequena escala, com produtos tóxicos, tais como metanol, gasolina e diesel”, alerta a ANP.

Ainda de acordo com a agência regulamentadora, outro problema está na composição do etanol combustível automotivo.

“Devido à matéria-prima e ao processo produtivo empregados, pode haver outros álcoois, bem como sais orgânicos à base de enxofre, ferro, sódio e potássio, cuja ingestão ou contato com a pele e mucosas são prejudiciais à saúde”, disse a agência, em nota publicada no dia 19 de maio.

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Fabricação era feita por bombeiros do DF
Ação foi ajuizada pelo Ministério Público do DF e Territórios
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Pasta comandada por Beltrame teria comprado mais de um milhão garrafas pet para guardar álcool no valor de R$ 1,50 cada, valor acima da média

Flavia Morlachetti/Getty Images
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Fabricação era feita por bombeiros do DF

Hugo Barreto/Metrópoles
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Procurado pelo Metrópoles, o Corpo de Bombeiros Militar do DF afirmou que “todos os procedimentos foram seguidos de acordo com as normas da Vigilância Sanitária”.

“A produção foi feita em parceria com o instituto de criminalística da Polícia Civil, que forneceu a expertise e emitiu os laudos técnicos sobre a qualidade da matéria-prima, sobretudo sobre a ausência de contaminantes. Somente após os recebimento dos laudos era iniciada a fabricação do produto final”, disse em nota.

Ainda segundo a corporação, o material produzido foi testado e teve eficácia comprovada, antes de ser distribuído.

“O álcool líquido foi produzido apenas em um momento de grande escassez do produto no mercado e para fins de desinfecção e descontaminação de superfícies, possibilitando o cumprimento dos protocolos de descontaminação obrigatórios”, explicou a corporação.

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