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MPDFT: divulgar figurinha com piada de negros no WhatsApp é crime

Núcleo de Enfrentamento à Discriminação está preocupado com série de figurinhas em circulação que traz pessoas negras em situações jocosas

atualizado

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1 de 1 Figurinhasracismo - Foto: Metrópoles/Arte

O Ministério Público do Distrito Federal está preocupado com a disseminação de figurinhas racistas – os e-stickers – em grupos de Whatsapp. A notícia sobre uma série de figurinhas jocosas que têm negros como personagens principais chegou ao conhecimento do Núcleo de Enfrentamento à Discriminação de maneira informal, via servidores que questionaram o teor discriminatório de mensagens aleatoriamente recebidas em grupo.

A série inclui pelo menos 11 e-stickers com mensagens como “Agora nego passou do ponto”, acompanhando de uma imagem de um homem negro de meia idade dormindo; “Nego exagera”, com a imagem de um homem negro obeso comendo um sanduíche; “Nego pensa que é Ken?”, com a imagem de um boneco negro ao lado de uma boneca Barbie e “Nego surpreende”, com uma foto de Sebastian – o ator nacionalmente conhecido por ter feito as propagandas da C&A, dentro de um Kinder Ovo.

“As pessoas precisam estar cientes de que essas figurinhas não são uma brincadeira. Elas expressam preconceito, racismo e passá-las adiante pode configurar crime de racismo ou injúria racial”, afirma a promotora Mariana Silva Nunes, coordenadora do Núcleo de Enfrentamento à Discriminação.

A promotora esclarece, ainda, que os crimes de racismo são ataques dirigidos à população negra, com ofensas que tentam apartá-la, desumanizá-la, colocá-la em posição inferior, e as injúrias raciais são xingamentos voltados a uma pessoa específica. “Ao se deparar com o conteúdo assim, a pessoa pode noticiar o crime na delegacia de polícia. Recomendamos que tire um print e não apague a conversa até a formalização da reclamação”, detalha a promotora.

O NED foi responsável pela acusação de um jovem que escreveu mensagens preconceituosas a respeito de modelos que participavam de um desfile promovido pela Confederação Única das Favelas (CUFA) em um shopping do DF. O rapaz fez uma espécie de acordo com a Justiça (suspensão condicional do processo) se comprometendo a participar de um curso sobre diversidade racial.

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