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MPDFT denuncia servidores que tentaram extorquir SindSaúde

Segundo investigações, Valdecir Medeiros, Edvaldo Simplício da Silva e Christian Michael Popov cobraram do sindicato para liberar certidão

atualizado

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1 de 1 extorsão, sindsaúde - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Três servidores do Governo do Distrito Federal foram denunciados nesta quarta-feira (19/4) pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) por concussão (ato de exigir para si ou para outrem dinheiro ou vantagem em razão da função) e lavagem de dinheiro. O ex-ouvidor da Vice-Governadoria do DF Valdecir Medeiros; Edvaldo Simplício da Silva, técnico em políticas públicas e gestão governamental da Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag); e o ex-gerente de Cessões, Requisições e Ressarcimentos da Seplag Christian Michael Popov estão envolvidos no caso de extorsão denunciado pela presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues.

A ação tramita na 3ª Vara Criminal de Brasília. Edvaldo e Cristian teriam pedido propina para evitar que, por falta de certidões que deveriam ser apresentadas ao GDF, a entidade perdesse recursos descontados no contracheque de servidores filiados. Medeiros teria agido como interlocutor do esquema. O meio para fazer o repasse ilegal seria um contrato de uma prestação de serviços inexistentes. A corretora de seguros Netsaron, que emitiria as notas fiscais, pertence à família de Edvaldo Simplício da Silva.

Os documentos simulariam a prestação do serviço de consultoria, na verdade nunca realizado. A cobrança de honorários seria firmada na quantia de R$ 200 mil. Porém, para que a negociação fosse adiante, Edvaldo exigiu o pagamento de um sinal no valor de R$ 50 mil, representando uma sinalização de aceite, denunciou a sindicalista.

Em uma carta endereçada ao governador Rodrigo Rollemberg (PSB), Marli contou que aceitou a proposta, mas não tinha interesse de pagar a propina exigida. Um contrato chegou a ser assinado com a corretora de seguros. O acordo garantia que o processo fosse “paralisado” dentro da secretaria até a regularização das certidões.

No grampo feito por Marli, Medeiros atua na condição de interlocutor de Edvaldo. Segundo ele, o prazo venceria dia 25. Por isso, “o acordo tinha que ser feito até terça-feira e não tinha como esperar até semana que vem”.

As declarações irritaram a sindicalista. “Além de me extorquir, ele (Edvaldo) está me pressionando? Ele traz um processo de R$ 214 mil e ainda bota a faca no meu pescoço? (…) Ele é servidor público. Você sabe que ele não pode fazer esse tipo de coisa. Esse cara está usando o cargo público para me extorquir”, reclama Marli no áudio (confira abaixo).

 

Busca e apreensão no Buriti
Na manhã de 17 de agosto do ano passado, a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Decap) deflagrou uma operação (foto de destaque) para cumprir oito mandados de busca e apreensão na Vice-Governadoria, secretarias no Palácio do Buriti, e em residências de servidores envolvidos.

O objetivo foi colher provas sobre as denúncias de um suposto esquema de pagamento de propina no GDF. A operação, em parceria com o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), teve como alvo as pessoas envolvidas nos grampos feitos pela presidente do sindicato.

O objetivo da operação foi apreender documentos, celulares, computadores e outros elementos de prova — como e-mails — de extorsão por parte de servidores públicos.

As primeiras gravações que apontavam para um possível esquema de propina e de desvio de dinheiro na saúde pública do DF vieram à tona em julho de 2016, quando foram divulgadas conversas entre Marli Rodrigues, o vice-governador Renato Santana e o ex-secretário de Saúde Fábio Gondim.

 

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