MPDFT denuncia 19 investigados na Operação Conexão Brasília
As acusações referem-se aos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitação e lavagem de dinheiro
atualizado
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Membros da Força-Tarefa de Combate à Corrupção na Saúde do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) denunciaram, nesta quarta-feira (19/12), 19 investigados na Operação Conexão Brasília. As acusações referem-se aos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitação e lavagem de dinheiro.
O MPDFT solicitou ainda que seja fixado o valor mínimo de R$ 19.572.732,70 para reparação dos danos causados aos cofres do DF.
Foram denunciados: Miguel Iskin, Gustavo Estellita Cavalcanti Pessoa, Marco Antônio Guimarães Duarte de Almeida, Marcus Vinícius Guimarães Duarte de Almeida, Gaetano Signorini, Márcia de Andrade de Oliveira Cunha Travassos, Edcler Carvalho Silva, Rafael de Aguiar Barbosa, Elias Fernando Miziara, José de Moraes Falcão, Renato Sérgio Lyrio Mello, Humberto de Carvalho Barbosa, Vicente de Paulo Silva de Assis, Alexandre Barbosa Meirelles, Ana Silvia Fraga Meirelles, Fabiana Martins Pereira, Evaldo José Bazeggio, Maria de Lourdes Bezerra e Julia Iskin.
Núcleos criminosos
O MPDFT identificou a formação de supostamente três núcleos que compõem a organização criminosa. O primeiro seria econômico, integrado pelos denunciados Miguel Iskin e Gustavo Estellita, os responsáveis por prover recursos financeiros suficientes para que o “modelo corrupto de contratações” pudesse girar no âmbito da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF).
De acordo com as investigações, Miguel Iskin operaria por meio de uma teia sofisticada de empresas que se revezavam nos procedimentos licitatórios lançados pela pasta.
O segundo núcleo – operacional – era formado por Marco Antônio, Marcus Vinícius, Gaetano Signorini, Márcia de Andrade e Edcler Carvalho Silva. Nesse caso, segundo o MPDFT, esses denunciados fariam parte do alto escalão funcional da empresa Oscar Iskin e agiriam como prepostos dos interesses dessa companhia em processos de compras lançados pela SES-DF.
O terceiro núcleo – estatal – seria formado por Rafael Barbosa, Elias Miziara, José Falcão, Renato Lyrio, Humberto de Carvalho Barbosa e Vicente de Paulo – todos ex-servidores da SES-DF. Durante o período de atuação da organização criminosa, os integrantes desse grupo ocuparam cargos estratégicos no primeiro e no segundo escalões da pasta, sendo os responsáveis por ditar o rumo das contratações na secretaria.
Lava Jato
A Operação Conexão Brasília é um desdobramento de operações da Lava Jato ocorridas no Rio de Janeiro que desvendaram um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude à licitação na gestão de Sérgio Cabral.
Entre os alvos de mandados de busca e apreensão está o ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro Sérgio Cortês. Ele é apontado como um dos operadores de Cabral. Foi denunciado e preso na Operação Fratura Exposta, em abril de 2017, acusado de movimentar ao menos U$ 4,3 milhões em contas na Suíça.
Após a transação bancária, ele transferiu a quantia para uma offshore nas Bahamas, entre 2011 e 2017. Aparece, ainda, na clássica imagem em que Sérgio Cabral está ao lado de secretários e empresários durante jantar em 2009, em Paris. Todos eles seriam integrantes do esquema de corrupção montado pelo ex-governador. O escândalo ficou conhecido como Farra dos Guardanapos.
A Polícia Civil deu apoio à operação deflagrada nesta quinta (19/12) com um grande efetivo, distribuído entre Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo. Foram designados 105 agentes, 48 delegados, 15 escrivães e 10 peritos criminais para dar suporte logístico aos cumprimentos de prisão e análise de provas. (Com informações do MPDFT)