MPDFT cobra investigação da prisão de mulher empurrada por PMs em UPA
Thaise Fernanda dos Santos, 31, foi presa na UPA de São Sebastião. Em nota, PMDF informou que “não compactua com eventuais irregularidades”
atualizado
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A Promotoria de Justiça Militar do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) requisitou à Corregedoria-Geral da Polícia Militar do DF a instauração de investigação preliminar para apurar detalhes sobre a prisão da funcionária de serviços gerais Thaise Fernanda dos Santos, 31 anos. Ela foi detida na madrugada da última quinta-feira (6/4), durante uma confusão na unidade de pronto atendimento (UPA) de São Sebastião.
A Corregedoria tem o prazo de 10 dias para encaminhar resposta ao MPDFT.
Na ocasião, Thaise xingou uma das funcionárias da unidade de saúde, após reclamar do atendimento no local, foi agredida por policiais militares e acabou presa. Na ocasião, a funcionária de supermercado foi empurrada, levou um “mata-leão” de PMs e recebeu spray de pimenta no rosto. Tudo foi filmado e as imagens acabaram viralizando nas redes sociais.
Veja as imagens:
Por enquanto, os policiais envolvidos no caso continuam na ativa na corporação. Em nota, a PMDF informou que vai “apurar todos os fatos da ocorrência” e que “não compactua com eventuais irregularidades”.
Para o Ministério Público, é importante que seja apurada a conduta e que se esclareça a existência de possível crime militar, que justifique a instauração de inquérito policial militar e a devida responsabilização do autor.
Uma paciente de 30 anos, que também estava na UPA, gravou as imagens e foi detida pelos policiais. Em nota, a corporação informou que as prisões ocorreram porque ela “incitava” outros pacientes a “se revoltarem” contra os PMs e que Thaise estava “exaltada”. A Polícia Civil (PCDF) apura o ocorrido.
Posicionamentos
Responsável pela administração das 13 UPAs da capital do país, o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) informou, em nota, que Thaise “estava alterada”. Ela “agrediu [uma] colaboradora da recepção e, por isso, foi acionada a Polícia Militar”.
“Em nenhum momento houve violência ou má conduta por parte dos trabalhadores do Iges-DF. Ao todo, foram realizados 71 atendimentos nessa madrugada”, completou o texto.
A PMDF comunicou que a prisão ocorreu por “desacato, vias de fato e resistência” e que, segundo os militares que atuaram na situação, uma servidora ficou com arranhões no braço e no pescoço.
O empurrão em Thaise teria sido para “contê-la” e “evitar mais confusão”, segundo a corporação. No comunicado, a PMDF relatou ainda que a paciente teria caído ao chão após se desequilibrar.
E informou ainda que, através da Corregedoria, abriu procedimento com objetivo de apurar “todos os fatos da ocorrência, visto que a PMDF não compactua com eventuais irregularidades”.