MPDFT aponta falhas no sistema anti-incêndio do Mané Garrincha
Segundo promotores que participaram da inspeção no estádio, equipamento de detecção de chamas encontra-se em manutenção. Sistema é indispensável para evacuar público em segurança
atualizado
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O jogo de futebol amistoso entre Brasil e Catar, realizado nessa quarta-feira (05/06/2019), foi acompanhado de perto pela Procuradoria Distrital dos Direitos dos Cidadãos (PDDC) e pela Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor (Prodecon). A supervisão da partida no Estádio Nacional Mané Garrincha teve como objetivo verificar as condições da maior e principal arena do Distrito Federal. Um dos problemas identificados foi na central de detecção de incêndio programável do Mané, que encontra-se em manutenção.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios demandará informações à Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) sobre irregularidades do local. Nessa quinta-feira (06/06/2019), o GDF anunciou que o estádio e os três empreendimentos que formam o Centro Esportivo de Brasília (Arenaplex) passarão a ser administrados pela iniciativa privada.
Uma das falhas assinaladas pelo MPDFT foi na central de detecção de incêndio, que tem a função de avisar com antecedência a possibilidade de chamas, permitindo, desta forma, a retirada do público em segurança.
O MP evidenciou, também, o grande fluxo de torcedores próximo ao horário de início do amistoso. Portanto, diz que recomendará aos organizadores dos eventos que procurem conscientizar os espectadores da necessidade de chegarem com antecedência, evitando tumultos.
Apesar das considerações, os membros da Comissão de Prevenção e Combate à Violência nos Estádio do DF, procurador distrital dos Direitos do Cidadão, Eduardo Sabo; e promotor de Justiça Paulo Binicheski, consideraram o planejamento e a segurança da partida como satisfatórios por parte da Polícia Militar e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Iniciativa privada
Nessa quinta-feira (06/06/2019), o governador do DF, Ibaneis Rocha (MBD), anunciou que o Consórcio Boulevard Show de Bola assumirá a gestão do Estádio Nacional Mané Garrincha e do Ginásio Nilson Nelson e o Complexo Aquático Cláudio Coutinho. O grupo pretende investir cerca de R$ 700 milhões na modernização dos espaços e prometeu realizar, por ano, pelo menos cinco grandes eventos internacionais e 10 nacionais.
Antes de celebrar o contrato, a sociedade privada passou por uma prova de fogo. Como antecipou o Metrópoles, em 4 de abril último, um parecer técnico da Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap) desqualificou de ponta a ponta o único licitante interessado no negócio.
Documento ao qual a Grande Angular teve acesso demonstrava que o grupo — também chamado de Consórcio BSB — não atendeu a cinco dos sete macrocritérios previstos no edital – entre eles, o de não informar a contento o plano de execução das funções da concessionária e a descrição dos programas pretendidos. Também foi ignorada a exigência referente à preservação do conjunto urbanístico de Brasília e incoerência entre as planilhas e os valores apresentados.
Para o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), o Mané Garrincha “foi um grande erro das gestões anteriores”, mas destacou já ter passado da hora de o local começar a ser utilizado sem onerar tanto os cofres públicos. (Com informações do MPDFT)