MPDFT abre investigação sobre espancamento e morte de preso em delegacia
MPDFT abriu procedimento interno para apurar o assassinato de um homem que estava preso em delegacia, no Recanto das Emas
atualizado
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O Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (Ncap) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) abriu procedimento interno para investigar o espancamento seguido de morte de Danilo da Silva Araújo, de 33 anos. O homem morreu enquanto estava preso na 27ª Delegacia de Polícia, no Recanto das Emas, na última sexta-feira (7/7).
De acordo com o MPDFT, o núcleo irá “tomar as medidas cabíveis ao caso”. O processo tramita em caráter sigiloso. Segundo a versão de dois suspeitos, que também estavam detidos, o crime aconteceu porque a vítima teria sido flagrada se masturbando dentro da cela.
Os policiais só perceberam o ocorrido depois que os autores avisaram que “tinham matado o ‘Jack’” — gíria usada por criminosos para se referir a acusados de estupro. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) indicou que o procedimento está sendo apurado pela Corregedoria-Geral de Polícia.
Morte de preso
No dia em que morreu, Danilo foi preso em flagrante por, supostamente, ter perseguido uma menina em uma rua do Recanto das Emas. Ele aguardava na carceragem da DP o andamento do seu caso quando dois homens foram levados para a mesma cela.
De acordo com a versão dos suspeitos do homicídio, segundo consta em boletim de ocorrência, ambos perceberam que a vítima se masturbava enquanto eles dormiam. Por isso, um deles começou a socar e enforcar Danilo. Percebendo a situação, o outro colega ajudou nas agressões físicas, tapando a boca de Danilo para que ele não chamasse os policiais.
Logo depois, com o enforcamento, a vítima desmaiou. Os suspeitos teriam continuado as agressões, chegando a pisotear a cabeça de Danilo até quebrar o pescoço dele. Os dois só teriam parado quando perceberam que a vítima estava sem vida.
Após o ocorrido, os presos chamaram os agentes da PCDF. Equipes de socorro do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionadas e constataram a morte de Danilo.
Havia na cela um quarto preso, que não teve envolvimento com o ataque. Questionado, ele informou que a vítima parecia ter transtornos mentais e ficava fazendo perguntas sem sentido, falando frases sem nexo.
Há uma outra ocorrência envolvendo Danilo, em 2018, por invadir uma fazenda em Valparaíso, no Entorno do DF, para acariciar um cachorro. Na ocasião, vestia apenas camiseta e cueca. Vendo a situação, o dono do lugar pediu para que ele fosse embora e o acompanhou até o portão.