MP reforça pedido ao Ministério da Saúde por mais vacinas para o DF
Força-tarefa defende que o alto volume de doses aplicadas a moradores de outras unidades da Federação precisa ser considerado nas remessas
atualizado
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A força-tarefa do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) que fiscaliza as ações de combate à pandemia de Covid-19 enviou ofício ao Ministério da Saúde para reforçar pedido feito pela Secretaria de Saúde de ampliação das doses de vacina contra o novo coronavírus destinadas ao DF.
No documento dirigido ao secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, o Ministério Público justifica o pedido em razão das doses aplicadas em pessoas que residem fora do DF.
O MPDFT também registrou que, comparando a estimativa prevista para imunização dos grupos prioritários do DF ao número de doses efetivamente aplicadas na população local, é notório o déficit de doses da vacina. O documento foi enviado nessa quinta-feira (22/4).
No final de março, a força-tarefa já havia enviado ofício ao Ministério da Saúde em defesa de mais vacinas para suprir a demanda criada por pacientes de outras unidades da Federação.
“Entendemos que deve haver sensibilidade por parte do Ministério da Saúde para que dispense ao Distrito Federal um número maior de doses, que garanta a qualidade do atendimento a todos os que procurem a rede local de saúde e que possibilite o avanço da vacinação no DF para mais faixas etárias”, defende o coordenador da força-tarefa, procurador de Justiça José Eduardo Sabo.
Pessoas de fora
Segundo o último dado da Secretaria de Saúde, divulgado no dia 20/4, 57.666 doses foram aplicadas em moradores de outras unidades da Federação.
A maior parte veio de Goiás – 19.643 receberam a D1 (primeira aplicação) e 8,6 mil, a D2 (segunda aplicação). Do estado de Minas Gerais, 5.025 receberam a D1 no DF e 1.927, o reforço.
Dos moradores de outras unidades da Federação que mais procuraram o DF para se vacinar, estão residentes de São Paulo (2.288 D1 e 876 D2), do Rio de Janeiro (2.276 D1 aplicadas e 762 D2), da Bahia (1.959 D1 e 773 D2) e do Piauí (1.373 D1 e 566 D2).
Cartão de vacina
Diante do alto número de imunizantes aplicados em pessoas de outras cidades, a Secretaria de Saúde anunciou que a segunda dose da vacina contra a Covid-19 será destinada exclusivamente a quem tomou a primeira dose no Distrito Federal.
A decisão foi tomada após o aumento da procura de pessoas que moram em outras localidades brasileiras, principalmente de regiões em que houve escassez da segunda aplicação. O controle será feito por meio do cartão de vacina.
De acordo com o secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto, a primeira dose não será negada para quem resida fora do Distrito Federal: “Não é justo que uma pessoa ou um estado tenha usado a segunda dose como primeira e depois a pessoa venha receber a segunda dose aqui. Seria injusto, porque asseguramos a segunda aplicação no DF”.