MP prende, no DF, acusado de desviar dinheiro público em SP
MPDFT, em apoio ao órgão paulista, cumpriu mandado de busca em Brasília. Irregularidades são na Companhia de Habitação Popular de Bauru
atualizado
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O Ministério Público de São Paulo (MPSP) recebeu o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) em operação realizada nesta terça-feira (17/12/2019).
A Operação João de Barro apura o desvio de dinheiro público da Companhia de Habitação Popular de Bauru (Cohab), além dos crimes de constituição e participação em organização criminosa, lavagem de capitais e outros.
O papel da Gaeco em Brasília foi cumprir um mandado de busca. O mesmo ocorreu em 13 oportunidades nas cidades de Bauru, Arealva e Marília, todos em São Paulo.
Os endereços referem-se à residência de representantes da Cohab Bauru, sede da companhia e também nos endereços das construtoras e seus sócios ou representantes.
Houve a apreensão de aparelhos celulares, computadores, documentos e outros objetos que possam servir de prova ao objeto da investigação.
Quatro acordos firmados pela Cohab de Bauru junto a construtoras no âmbito de processos judiciais, além de uma análise inicial do patrimônio dos investigados, se tornaram alvo do MPSP.
Constatação
A análise deles permitiu constatar diversas posturas suspeitas e prejudiciais à companhia. Ao se repetirem, demonstraram não se tratar de equívoco isolado, mas de um padrão de atuação.
As autoridades constataram dação de imóvel milionário em quitação de uma dívida que representava em torno de 10% do valor do bem; realização de acordos sem o conhecimento dos advogados que atuaram na causa; pagamentos antecipados, antes mesmo da formalização de acordos; e omissão deliberada na compensação da dívida que duas dessas construtoras tinham com a Cohab.
O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo chegou a rejeitar as contas da Cohab por causa dos prejuízos acumulados em larga escala anualmente. Os auditores independentes, que analisam os relatórios anuais da administração, também apontaram dúvidas quanto à capacidade de continuidade operacional da companhia. (Com informações do MPSP e do MPDFT)