MP acusa posto da Lava Jato de adulterar bomba e lesar consumidores
Bomba do estabelecimento operava com vazão em volume inferior ao registrado no equipamento, conforme constatou a ANP
atualizado
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A 2ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor (Prodecon) ajuizou ação civil pública para que o Posto da Torre, localizado no Setor Hoteleiro Sul, seja obrigado a ressarcir os possíveis danos materiais causados aos consumidores, além de danos morais no valor de R$ 100 mil.
O posto foi o ponto de partida da Operação Lava Jato. No local, funcionava uma casa de câmbio que, segundo a denúncia, era uma das formas usadas para distribuir propinas e lavar dinheiro do esquema, que movimentou mais de R$ 10 bilhões e provocou desvio de recursos da Petrobras.
A ação foi proposta após o encaminhamento, pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), dos autos de infração que constatam em duas ações fiscalizatórias, ocorridas em março e maio de 2014, que a empresa operava bomba abastecedora com vazão em volume inferior ao registrado no equipamento.A 2ª Prodecon designou audiência para tentar solução extrajudicial com objetivo de recompor os prejuízos causados aos consumidores. No entanto, nenhum representante da empresa compareceu, fato que levou o Ministério Público a buscar medida judicial para a reparação do dano.
Em decisão liminar, a 8ª Vara Cível determinou que o estabelecimento comercial entregasse em juízo todas as notas fiscais de aquisição de combustíveis do período e indicar a quantidade de combustível vendida. Segundo o promotor de Justiça Trajano de Melo, a decisão estabelece marco fundamental para a preservação de prova essencial à efetividade de eventual sentença condenatória.
Lava Jato
No local atuava o doleiro Carlos Habib Chater, dono do Posto da Torre, que acabou preso. Segundo as investigações da Lava Jato, ele comandava uma instituição financeira paralela ao sistema de câmbio oficial, sem a devida autorização, “especialmente para promover evasão de divisas e lavagem de dinheiro”.
De acordo com a denúncia, ele operava por meio de empresas de fachada constituídas em nome de laranjas.