Movimento troca nome da ponte Costa e Silva por Marielle Franco
Grupo faz manifestação cobrando justiça pela morte da vereadora. Marielle e seu motoristas foram executados há dois anos, no Rio
atualizado
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Na madrugada desta sexta-feira (13/03), a placa da ponte Costa e Silva foi alvo intervenção e protesto. O Movimento de Mulheres Olga Benário “renomeou” o local. Os integrantes do grupo colaram um adesivo com nome de Marielle Franco, vereadora morta a tiros em março de 2018, no Rio de Janeiro. Porém, antes das 9h, a homenagem já havia sido retirada do local.
No atentado, o motorista dela, Anderson Gomes, também foi executado. Nas redes sociais, o movimento lembra que o dia 14 de março marca dois anos da execução dos dois. Os autores do crime vão a júri popular.
“Há dois anos, ocorreu o assassinato de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro pelo PSol. Mulher negra, lésbica, criada na favela da Maré, foi uma parlamentar incansável na defensa dos direitos humanos, denunciando a atuação das milícias no seu estado. Devido à sua atuação, foi executada de forma brutal, um ato que levou à morte também Anderson Gomes, motorista da mesma”, diz o texto.
A publicação ressalta que, até hoje, não se chegou aos mandantes do crime e critica o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). “A falta de respostas denuncia o colapso da democracia no Brasil, um dos países que mais mata defensoras e defensores de direitos humanos”, completa o texto.
Veja a postagem:
Outras mudanças
Em março de 2019, o grupo já havia alterado o nome da ponte para Marielle Franco, quando as mortes da vereadora e do motorista completaram um ano.
“É inadmissível que nossos monumentos públicos, ruas, praças e pontes ainda levem o nome de presidentes que restringiram nossa liberdade de expressão, cassaram direitos do povo, torturaram e assassinaram opositores, inclusive mulheres que jamais fugiram da luta”, disseram os movimentos, em nota à imprensa. Em julho do ano passado, o grupo voltou manifestar questionamentos sobre a morte de Marielle.
O nome da ponte já foi polêmica em outros momentos. Em 2015, ela foi batizada oficialmente como Honestino Guimarães, com a sanção de uma lei proposta pelo deputado distrital Ricardo Vale (PT). Honestino foi um líder estudantil morto em razão de atos de violência no início da década de 1970, durante a ditadura militar.
Porém, a alteração do nome da ponte foi considerada inconstitucional pelo Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), em 6 de novembro de 2018. Assim, voltou a se chamar Costa e Silva. A determinação para a volta do nome original é resposta a uma ação civil pública movida pela deputada federal eleita Bia Kicis (PRP) e Cláudia Castro.