Motoristas de apps fazem carreata em nome de amigos assassinados
Henrique e Tiego foram mortos durante o fim de semana. Pelo menos 300 profissionais participaram do ato. Veja vídeo da chegada ao cemitério
atualizado
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Motoristas de aplicativo do Distrito Federal realizaram uma carreata, na tarde desta segunda-feira (14/10/2019), em solidariedade às mortes de Henrique Fabiano Dias, 25 anos, e Tiego Cavalcante, 28. Os dois foram assassinados brutalmente enquanto realizavam corrida no último fim de semana.
Um taxista viu o corpo de Henrique no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), próximo à Cidade do Automóvel, na madrugada desse domingo (13/10/2019). O assassinato de Tiego ocorreu na sexta-feira (11/10/2019), em Samambaia.
A concentração para o ato em nome das vítimas teve início por volta das 13h30, no TaguaParque. Às 15h, os motoristas saíram em direção ao Cemitério de Taguatinga, onde Henrique está sendo velado. Segundo os organizadores da manifestação, pelo menos 300 condutores de aplicativo participaram do evento.
Com mensagens de apoio e protesto estampadas nos vidros traseiros, os motoristas aproveitaram a oportunidade para cobrar mais segurança aos trabalhadores da classe. “Nossa situação atual é de pânico. Saímos de casa sem saber se vamos voltar. A cada corrida, o coração acelera e aumenta o nosso medo. Não sabemos quem vai entrar nem para onde vamos. Providências precisam ser tomadas”, cobrou Michel Christian, 38.
Sistema de monitoramento
Com medo da violência, colaboradores criaram um sistema para monitorar as corridas dos colegas. “Usamos códigos nos quais cada número quer dizer alguma coisa. Quando é para acompanhar a viagem, o motorista manda um código no grupo. Se for preciso acionar a polícia ou quando ele desconfia do passageiro, o parceiro envia outro código”, explica Cláudio Nobre, 46.
Presidente do Sindicato dos Motoristas Por Aplicativo do Distrito Federal (Sindmaap-DF), Marcelo Rodrigues Chaves esteve presente na iniciativa e lamentou o ocorrido. “Recebemos essa notícia da pior forma possível. Não o conhecia, mas todos eles fazem parte dos grupos, da família.”