Motorista que matou ciclista no DF é servidor do Superior Tribunal Militar
Marcelo Damasceno Barroso trabalha no gabinete da presidência do STM como técnico judiciário
atualizado
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Marcelo Damasceno Barroso, 35 anos, indiciado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por atropelar e matar o ciclista Ricardo Campelo Aragão (foto em destaque), 58, é servidor concursado do Superior Tribunal Militar (STM). Conforme consta no site da Corte, ele trabalha no gabinete da presidência do órgão.
O suspeito recebe mensalmente R$ 12.438,74 líquido. Ele dirigia um Toyota Yaris, quando atropelou Ricardo no último dia 10, na 703 Norte. Marcelo apagou todas as redes sociais após provocar o acidente fatal.
De acordo com as investigações, o motorista não prestou socorro à vítima e fugiu do local. Além de ter sido enquadrado pelos crimes de omissão de socorro e evasão do local de acidente, ele ainda responderá por homicídio e lesão corporal, uma vez que outra pessoa também se feriu.
A 2ª DP (Asa Norte), que investiga o caso, descobriu o endereço do acusado por meio de uma tampa que se soltou do carro na hora da colisão. Os policiais foram até a casa do suspeito, mas ele não estava.
Confira a explicação do delegado da 2ª DP, João Guilherme
Defesa afirma que foi “fato isolado”
A defesa de Marcelo Damasceno Barroso alega que o acidente foi “um fato isolado em sua vida”.
Conforme diz a nota assinada pelos representantes dele e divulgada na noite dessa quarta-feira (21/10), o acusado “se encontra profundamente abalado emocionalmente por conta de todo o ocorrido” e “se solidariza com a família pela inestimável perda”.
O texto ainda diz que o motorista do Yaris compareceu espontaneamente à 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), versão que difere daquela contada pelos próprios investigadores. “Oportunidade em que apresentou, também de forma voluntária, o veículo (objeto fundamental ao esclarecimento dos fatos), intacto para ser submetido à perícia”, dizem os advogados.
Confira a nota completa:
Nota de esclarecimento Marcelo by Metropoles on Scribd
A identificação do condutor do veículo que atingiu o ciclista trouxe novamente tristeza e indignação à família de Ricardo Aragão. .
“Ontem, ficou todo mundo muito abalado e indignado. O que mais incomoda é saber que o responsável pelo atropelamento responderá em liberdade, uma vez que se apresentou à delegacia. É uma sensação de impunidade saber que ele saiu de lá (delegacia) e foi embora”, comenta a irmã de Ricardo, Ysmine Aragão, 54.
Ricardo foi sepultado no último dia 12, no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, sob protestos.
Procurado, o Superior Tribunal Militar não respondeu, até a última atualização deste texto, se algum procedimento será aberto pelo fato de o motorista ser servidor do órgão. O espaço permanece aberto para manifestações.