Motorista que atropelou e matou ciclista no DF não tem CNH
Segundo a delegada, o condutor do carro que atropelou Brendo Santiago, de 20 anos, na última sexta (16/7), ainda não se apresentou à polícia
atualizado
Compartilhar notícia
O motorista que atropelou e matou o ciclista Brendo Santiago de Oliveira (foto em destaque), de 20 anos, não tem Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A informação é da delegada Cláudia Alcântara, chefe da 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria), que investiga o caso.
De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o homem, de 28 anos, conduzia um Fiat Bravo de cor cinza, pertencente à mãe, quando atropelou Brendo na noite de sexta-feira (16/7), na CL 210 de Santa Maria. Ele fugiu sem prestar socorro e, até o início da tarde desta segunda-feira (19/7), ele não havia se apresentado à polícia.
“Essa pessoa que praticou esse homicídio culposo não tinha carteira de habilitação, não socorreu a vítima e praticou o homicídio culposo na faixa de trânsito. Então são todas situações que aumentam a pena e são situações gravosas”, destacou a delegada.
Conforme Cláudia Alcântara, os investigadores seguem ouvindo pessoas que possam ajudar no esclarecimento dos fatos. “A Polícia Civil, então, instaurou inquérito policial para apurar o fato. O condutor do veículo vinha em alta velocidade. Ele não parou o veículo para socorrer a vítima. A vítima foi socorrida pelo Samu, [levada] ao hospital de Santa Maria, e veio a óbito”, comentou. “O homicídio culposo foi praticado na faixa de pedestres. Isso aumenta a pena. A pena desse crime, que seria de 2 a 4 anos, aumenta de um terço até a metade. Ou seja, a pena que era de 2 anos a 4, vai de 3 a 6 anos de punição para esse criminoso”, acrescentou a delegada.
Confira o que disse a delegada:
Cremação
O corpo do ciclista Brendo Santiago foi cremado em Valparaíso (GO) no final da tarde desse domingo (18/7). Mais cedo, a família velou o corpo do jovem, na Igreja Assembleia de Deus de Brasília, no Gama.
Parentes da vítima fizeram uma vaquinha para arrecadar o valor necessário para realizar a cremação. Em publicações nas redes sociais, a irmã de Brendo pediu ajuda financeira para “realizar esse último pedido” dele, uma vez que a família não tinha condições.
De acordo com a mãe do jovem, a diarista Íris Cristina Santiago, 50, com as doações foi possível arrecadar mais de R$ 5 mil no final de semana e realizar a despedida ainda no domingo. “Tudo deu uns R$ 6 mil. Conseguimos R$ 5 mil e pouco e completamos o restante. Se fosse para eu fazer sozinha, não dava conta, mas a ajuda das pessoas fez toda a diferença e a gente conseguiu. Só temos que agradecer a todos que ajudaram, porque foi muita gente”, disse ao Metrópoles, emocionada.
“Meu filho era muito amado. Eu tinha um filho de ouro. Estou sofrendo muito e não sei até quando vou ficar desse jeito, mas tenho que agradecer a todos que ajudaram, porque pudemos realizar o último desejo dele, que era a cremação”, comentou a mãe.
Segundo Íris, a família organiza, agora, uma homenagem ao jovem, que deve ser feita no sábado, no local em que ele foi atropelado. “Queremos fazer uma passeata no local onde ele faleceu. Vamos fazer camisetas e levar os amigos para homenagear meu filho. Ele era uma pessoa muito boa e só tenho que agradecer pelo filho que eu tinha. Não desejo isso a nenhuma mãe, a ninguém”, afirmou.
“Quarta-feira (21/7) entregam as cinzas para a gente e queremos soltá-las em uma cachoeira, no final de semana, para fazer toda essa homenagem para ele”, completou Íris.
Bicicleta nova
Brendo havia comprado a bicicleta que usava no dia do acidente há cerca de um mês, com dinheiro do próprio salário. Ele foi atingido por um carro enquanto pedalava na noite de sexta-feira (16/7), na CL 210, não resistiu aos ferimentos e morreu no Hospital Regional de Santa Maria.
Segundo Íris Cristina Santiago, ele “estava apenas passeando” pela rua quando foi atropelado. “Ele tinha acabado de comprar a bicicleta e estava apenas passeando. Naquela rua tem uma lombada, tinha como o carro frear, mas não freou, passou por cima“, lamentou.
De acordo com ela, Brendo era “um menino quieto e trabalhador”. “Era o meu caçula. Um menino quieto, sossegado. Trabalhava no Giraffas, em Valparaíso (município goiano no Entorno do DF), tinha uns seis meses. Comprou a bicicleta com o salário dele”, contou.
Conforme a mãe de Brendo, a família agora espera que o motorista que o atropelou responda pelo crime. “Meu filho era muito calmo, tinha só 20 anos, era um menino maravilhoso. Só tinha um mês que ele havia comprado a bicicleta, estava novinha. Agora, só quero que a pessoa pague pelo que fez”, desabafou Íris.
Acidente
Assim que chegou ao local do acidente, o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) iniciou o atendimento e os primeiros socorros. Em virtude da gravidade dos ferimentos do ciclista, no entanto, as guarnições da corporação acionaram o suporte avançado de vida do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
A vítima apresentava trauma de crânio gravíssimo com afundamento de parte da cabeça e sangramento no nariz; estava inconsciente e instável.
Imagens de uma câmera de segurança mostram o exato momento em que Brendo foi atropelado na noite de sexta-feira. Veja o vídeo: