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Motorista e cobrador usavam ônibus para traficar drogas no DF

A organização criminosa também se especializou em entrar com entorpecentes dentro da Papuda, alimentando o tráfico no interior da cadeia

atualizado

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1 de 1 operação galera uno, PCDF, motorista, cobrador, drogas - Foto: Divulgação/PCDF

Uma organização criminosa que inclui motorista e cobrador de ônibus e que usava o transporte público do Distrito Federal para traficar drogas foi presa durante operação deflagrada pela Polícia Civil nesta sexta-feira (20/12/2019). Nove pessoas acabaram detidas.

Segundo as investigações, os suspeitos também conseguiam burlar os mecanismos de segurança do Complexo Penitenciário da Papuda e alimentar o tráfico e o consumo de drogas no Centro de Internação e Reeducação (CIR), uma das unidades prisionais.

A Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) também cumpriu 16 mandados de busca e apreensão, sendo seis deles na Papuda. A operação, chamada de Galera Uno, faz alusão ao cárcere, uma vez que, em italiano, “galera” significa cadeia.

Confira imagens da operação:

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As diligências policiais começaram em junho deste ano, no Recanto das Emas, quando equipe da Cord apurava a informação de que um motorista de ônibus de uma das empresas que circulam pelo DF usava a função para fornecer drogas a traficantes da cidade usando o próprio transporte público nas entregas.

Após o suspeito ser monitorado e filmado realizando as transações, os investigadores identificaram que o fornecedor do motorista era o cobrador, seu companheiro de viagens no dia a dia. “A dupla havia se associado para manter a distribuição de cocaína pelas ruas do Riacho Fundo, inclusive com utilização do sistema público de transporte na prática do crime de tráfico”, explicou o diretor da Cord, delegado Rogério Rezende.

Em paralelo, o cobrador, segundo as apurações policiais, também se associou a um casal de traficantes – o homem cumpre pena na Papuda. A dupla e o cobrador montaram um esquema para burlar a segurança do CIR e entrar com porções de drogas dentro do presídio. Eles utilizavam um traficante que recrutava mulheres, preferencialemnte grávidas, para agir como “mulas” e entrar no complexo com drogas na vagina.

Veja imagens do cobrador:

“Cara do cadastro”

As mulas realizavam cadastro para visitar outro interno, apelidado pela organização criminosa de o “cara do cadastro”, o qual, tendo ciência de todo esquema, era recompensado com dinheiro ou drogas. “Porém, ele não era o real destinatário dos entorpecentes. As porções eram repassadas ao traficante final, no caso outro preso responsável pela venda e administração do produto no interior do presídio”, explicou o delegado.

Segundo as investigações, cada mulher que aceitava entrar com as drogas no presídio recebia entre R$ 2 mil e R$ 3 mil a cada tentativa bem-sucedida de burlar a segurança da Papuda. Enquanto isso, o chamado “cara do cadastro” ficava com cerca de 20% do valor angariado pela venda do entorpecente no sistema.

Ainda no decorrer das diligências, os policiais descobriram que, além de introduzir drogas no sistema carcerário do DF, a organização criminosa também atuava transportando telefones celulares para dentro das cadeias. O plano era chamado de o “esquema do bonde”.

Apenas durante o período da investigação, a Cord identificou duas tentativas de entrada nos presídios feita pela quadrilha, sendo que existem ao menos outras 15 que, provavelmente, foram realizadas pelos suspeitos alvos da operação.

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