Motorista bêbada que matou ciclista vai a júri popular no DF
A condutora confessou estar sob efeito de cocaína, e o bafômetro apontou que ela estava embriagada
atualizado
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O juiz substituto do Tribunal do Júri de Ceilândia acatou denúncia feita pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e determinou que Luzia Ferreira de Assis, 24 anos, vá a júri popular. A ré aguarda o julgamento em liberdade.
A mulher, que atropelou o ciclista Jailson Barbosa de Oliveira, 34 anos, em 25 de janeiro, confessou estar sob efeito de cocaína no momento da ocorrência. Além disso, o teste do bafômetro apontou que ela dirigia embriagada.
O magistrado entendeu que a ré deve responder pelos crimes de homicídio e dirigir sob a influência de álcool e cocaína. A decisão de pronúncia baseia-se em prova de materialidade e indícios de autoria do crime.
Para o juiz, no caso, estão presentes a prova da materialidade e os indícios suficientes de autoria quanto ao delito principal, o homicídio. Cabe ao Conselho de Sentença a análise do crime a ele conexo, dirigir embriagada.
“Ressalto, por oportuno, que a decisão de pronúncia não encerra qualquer proposição condenatória; ela é apenas um juízo de probabilidade da acusação e que remete à apreciação do caso ao Tribunal do Júri, oportunidade em que a prova testemunhal poderá ser repetida”, destacou o magistrado.
O acidente
Jailson seguia para o trabalho pela ciclovia da DF-459 quando foi atropelado. O homem trafegava na via, em direção a Ceilândia, e Luzia dirigia seu carro no sentido contrário. O ciclista foi pego de frente e ficou bastante machucado. Levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital Regional de Ceilândia (HRC), ele morreu na manhã de 27 de janeiro.
“Destruiu nossa família”, diz Núbia Aparecida, 38, irmã do ciclista. Jailson morava em Brasília havia mais de 15 anos. Pai de uma garotinha de 2 anos, era panificador da Rede Potiguar.
No momento em que foi atropelado, ele seguia para o serviço, em Ceilândia. “Ele trabalhava muito. Era pela filha dele. Falava que precisava defender o pão de cada dia”, contou a irmã ao Metrópoles.
Segundo Núbia, fazia algum tempo que o irmão caçula havia optado por sair todos os dias de Samambaia para Ceilândia de bicicleta. A preocupação com a saúde era o motivo. “Ele dizia que estava meio acima do peso, então ia unir o útil ao agradável. Vendeu o carro e passou a pedalar todos os dias”, lembra.
A bicicleta, no entanto, era sinônimo de preocupação para Núbia na maior parte do tempo. “Quando chovia, eu sempre mandava mensagem pedindo para ele tomar cuidado com os carros e também para não pegar uma gripe”, completa a irmã.