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Motorista bêbada que atropelou e matou ciclista dirigia a 55 km/h

Luzia Ferreira de Assis será indiciada por homicídio com dolo eventual, por assumir o risco de matar Jailson Barbosa

atualizado

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1 de 1 WhatsApp-Image-2020-01-27-at-15.48.35 - Foto: Reprodução

A motorista que atropelou e matou o ciclista Jailson Barbosa, 34 anos, no dia 25 de janeiro de 2020, dirigia dentro do limite de velocidade da via no momento do incidente. De acordo com laudo pericial realizado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), Luzia Ferreira de Assis, 24, conduzia a 55 km/h.

Ela, testada positivamente para alcoolemia, foi indiciada por homicídio com dolo eventual, por assumir o risco de matar a vítima.

Com essa informação, o delegado Gutemberg Morais, da 15ª DP (Ceilândia Centro) pode finalizar o inquérito policial e encaminhar o caso ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). “Ficará tudo à disposição da Justiça para decidir o restante da história”, afirma.

Apesar de dirigir em velocidade que não configura agravante para a morte do ciclista, as provas colhidas anteriormente pela investigação são consideradas suficientes para o indiciamento. O teste do bafômetro feito por Luzia no dia do atropelamento, por exemplo, acusou 0,51 mg de álcool por litro de ar expelido pelos pulmões.

Além disso, o carro que ela dirigia estava com pneus desgastados e a motorista não possuía carteira de habilitação.

O caso

Jailson seguia para o trabalho pela ciclovia da DF-459 quando foi atropelado. O homem estava na direção de Ceilândia e Luzia no sentido contrário. O ciclista foi pego de frente e ficou bastante machucado. Levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital Regional de Ceilândia (HRC), ele morreu na manhã de segunda-feira (27/01/2020).

“Destruiu nossa família.” Assim Núbia Aparecida, 38, irmã do ciclista, resume o sentimento dela e dos demais parentes da vítima. Jailson morava em Brasília havia mais de 15 anos. Pai de uma garotinha de 2 anos, era panificador da Rede Potiguar.

No momento em que foi atropelado, seguia para o serviço, em Ceilândia. “Ele trabalhava muito. Era pela filha dele. Falava que precisava defender o pão de cada dia”, contou a irmã ao Metrópoles.

Segundo Núbia, fazia algum tempo que o irmão caçula havia optado por sair todos os dias de Samambaia para Ceilândia de bicicleta. A preocupação com a saúde era o motivo. “Ele dizia que estava meio acima do peso, então ia unir o útil ao agradável. Vendeu o carro e passou a pedalar todos os dias”, lembra.

A bicicleta, no entanto, era sinônimo de preocupação para Núbia na maior parte do tempo. “Quando chovia, eu sempre mandava mensagem pedindo para ele tomar cuidado. Não só de carro, mas também pegar uma gripe, né?”, pondera.

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Frente do carro ficou destruída
Acidente ocorreu em via entre Ceilândia e Samambaia
Jailson morava no DF havia 15 anos e tinha uma filha de 2 anos
Preocupado com a saúde, ele decidiu trocar o carro pela bicicleta para ir de Samambaia, onde morava, a Ceilândia, local do trabalho, todos os dias
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Ciclista morreu no Hospital Regional de Ceilândia

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Frente do carro ficou destruída

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Acidente ocorreu em via entre Ceilândia e Samambaia

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Jailson morava no DF havia 15 anos e tinha uma filha de 2 anos

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Preocupado com a saúde, ele decidiu trocar o carro pela bicicleta para ir de Samambaia, onde morava, a Ceilândia, local do trabalho, todos os dias

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Dia chuvoso

Foi em um dia chuvoso quando Jailson acabou atropelado. Luzia estava embriagada (o teste do bafômetro deu 0,54mg/l) e não tinha Carteira Nacional de Habilitação (CNH). “Acabou comigo e com a minha família”, disse a irmã.

Presa em flagrante, Luzia foi liberada após passar por audiência de custódia, fato que deixou Núbia  indignada. “A juíza alegou umas atrocidades que, para mim, não fazem sentido. Infelizmente, uma pessoa dessas está em liberdade”, revolta-se.

Procurado, o Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT) diz que não se manifesta sobre decisões judiciais. A Defensoria Pública, que atua no caso, também pontuou que “não se manifesta publicamente sobre a linha de defesa apresentada por investigados, a não ser que haja autorização destes”.

Neste momento de tristeza, Núbia diz que tem rezado muito para conseguir forças e seguir em frente.

O que resta para a irmã da vítima são as lembranças do irmão, que era também um grande amigo. “Era uma pessoa queridíssima. Quem via pela primeira vez já ficava amigo”, destaca.

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