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Mortes por dengue aumentam 1.726%, mas faltam 4 mil agentes de saúde

Epidemia matou mais de 400 pessoas em 2024. Período sem chuvas é estratégico para ações preventivas, mas DF sofre déficit de agente

atualizado

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Mapa do DF e mosquitos - Metrópoles
1 de 1 Mapa do DF e mosquitos - Metrópoles - Foto: Arte / Metrópoles

A epidemia de dengue matou 420 pessoas no Distrito Federal, entre 1º de janeiro e 26 de julho de 2024, segundo pesquisa no painel InfoSaúde, da Secretaria de Saúde, na sexta-feira (26/7). Em 2023, foram 23 mortes. O número de óbitos aumentou 1.726%. Segundo profissionais de saúde e especialistas, falhas na prevenção, tratamento e as mudanças climáticas causaram a tragédia. O atual período de seca é estratégico para a adoção de medidas para evitar uma nova crise. Pois, na volta das chuvas, os ovos do mosquito Aedes Aegypti, o vetor da doença, voltarão a eclodir.

Apesar da tragédia epidemiológica, o quadro de agentes de saúde ainda enfrenta um déficit de 4 mil profissionais. Estes servidores são responsáveis pelo combate direto contra a proliferação do mosquito. Segundo ofício da Subsecretaria de Gestão de Pessoas da Secretaria de Saúde, o quadro de agentes comunitários de saúde (ACSs) enfrenta o déficit de 2.387 trabalhadores. A força de trabalho dos agentes de vigilância ambiental (AVAs) amarga a falta de 1.698.

Segundo o presidente do Sindicato dos Agentes de Vigilância Ambiental em Saúde e Agentes Comunitários de Saúde (Sindivacs-DF), Iuri Marques, a prevenção precisa ser constante, praticamente diária e ações pontuais não são suficientes. “Campanhas, propagandas preventivas são importantes, mas não resolvem. Sem servidores, o risco de uma nova epidemia é alto”, alertou. A secretaria nomeou AVAs e ACSs em 2024. Mas o número é insuficiente. De acordo com o líder sindical, a pasta solicitou mais contratações ao governo, mas não recebeu autorização.

Pelo diagnóstico do epidemiologista e professor da Universidade de Brasília (UnB), Wildo Navegantes, os gestores públicos devem aproveitar o período de seca para ações prevenção, organizar o sistema de saúde e mobilizar a população, levando em consideração o risco de uma volta precoce das chuvas, devido às mudanças climáticas. É o momento para observar se todas as gerências técnicas estão equipadas, capacitadas e com o número adequado de servidores para garantir a cobertura do atendimento. E o DF tem recursos financeiros.

Mortes evitáveis

“Não se morre por dengue na magnitude do que vimos no DF. Não é assim. Boa parte disso diz respeito ao acesso. O paciente não conseguiu o acesso no momento adequado. Não conseguiu hidratação e atendimento ambulatorial. O número de óbitos não tem a mínima justificativa do ponto de vista biológico. Parte disso está relacionado à capacitação e a estrutura da rede pública. Não dá para fazer tudo em cima da hora, colocando tenda que não funciona e depois chamar as Forças Armadas. O DF tem condições financeiras. É injustificável”, afirmou.

Outro lado

O Metrópoles entrou em contato com o GDF e a Secretaria de Saúde. Por nota, a pasta não comentou a situação do quadro de AVAs e ACSs. Contudo afirmou que vem trabalhando para combater a dengue e na revisão e atualização do Plano de Contingência no DF.

Leia a nota completa:

“A Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) informa que o combate a dengue é contínuo e envolve ações de controle ao vetor, como por exemplo a realização de visitas domiciliares para identificação e eliminação de focos de reprodução do mosquito. Também promove ações de preparação da rede assistencial, com informação e mobilização social, como as Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs), Ovitrampas (um tipo de armadilha) e fumacê.

Salientamos que a SES-DF vem trabalhando na revisão e atualização do Plano de Contingência para Resposta às Emergências em Saúde Pública por Dengue, Chikungunya e Zika 2024/2025. Este plano contém ações a serem executadas nos eixos de gestão, assistência, comunicação e mobilização social, vigilância em saúde e capacitações das equipes de saúde. O período com maior incidência de casos relacionados a diferentes arboviroses no DF vai de outubro a maio”.

SLU

O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) informou que faz constantemente o mapeamento e a limpeza dos pontos recorrentes de descarte irregular de lixo e entulho. Desde o início de 2024, como parte da força-tarefa de combate à dengue, a autarquia realizou cronograma especial de limpeza destes locais nas 12 regiões administrativas com maior recorrência da irregularidade, classificada como crime ambiental.

O SLU declarou que disponibiliza para a população 23 papa-entulhos. As unidades funcionam de segunda a sábado, das 7h às 18h. Os endereços podem ser consultados no site do SLU: https://www.slu.df.gov.br/papa-entulho/. autarquia deve entregar dez novos equipamentos em 2024.

O SLU ressaltou que a colaboração da população para manter a cidade limpa, é fundamental para evitar doenças como a dengue. Denúncias sobre descarte irregular podem ser feitas nos canais da Ouvidoria do GDF: telefone 162 ou site participa.df.gov.br.

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