Mortes por Covid-19 superam infarto, doença historicamente mais letal no DF
Entre janeiro e agosto, foram registrados 7.782 óbitos na capital federal: maioria dessas vidas foi perdida para o novo coronavírus
atualizado
Compartilhar notícia
Muito mais letal do que uma gripe, o novo coronavírus passou a ser a principal causa de morte no Distrito Federal. A doença superou os óbitos registrados por infarto e câncer, por exemplo.
Segundo a Secretaria de Saúde do DF, entre janeiro e agosto, a pandemia matou 1.030 pessoas no quadrilátero. E a Covid-19 continua matando. Nessa quarta-feira (16/9), o DF atingiu a triste marca de 3 mil óbitos decorrentes da doença. Deste total, 2.751 residiam nas regiões administrativas e 249 em outras unidades da Federação, mas passaram pela rede de saúde brasiliense antes de perderem a batalha contra o coronavírus.
Causas de óbitos nos primeiros oito meses do ano
A Secretaria de Saúde concluiu o balanço das causas de morte registradas no DF entre janeiro e agosto a partir de informações da Sala de Situação. No período, foram registrados 7.782 óbitos no total.
Depois da Covid-19, o que mais matou no DF no período foi o infarto agudo do miocárdio, vitimando 260 pessoas. A terceira causa é a síndrome respiratória aguda grave, levando 245 vidas.
Causas mal definidas ou não especificadas somam 224 óbitos, estando na quarta posição. Pneumonia está em quinto lugar, sendo responsável por 195 falecimentos.
Veja as 10 principais causas de morte no DF em 2020:
O número de mortes por Covid-19 neste ano supera inclusive a principal causa de morte no DF no mesmo período de 2019. No ano passado, o infarto agudo do miocárdio matou 968 de janeiro a agosto. Depois, veio a pneumonia (249 óbitos); a neoplasia maligna de brônquios e pulmões ou câncer de pulmão (201 casos) e, na sequência, Alzheimer e neoplasia maligna de mamas (189 e 164 mortes, respectivamente).
Confira o balanço de 2019:
165 mil vidas salvas
Apesar de o novo coronavírus ter se tornado a principal causa de morte, a rede de saúde local – tanto unidades públicas quanto particulares – tem conseguido atingir uma alta taxa de recuperação.
Segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde nessa quarta-feira, 168.753 pacientes já se recuperaram da Covid-19 no Distrito Federal.
O Governo do Distrito Federal (GDF) colocou em marcha medidas para a retomada das atividades econômicas, sociais e culturais, enfatizando a necessidade do uso de máscara facial, de manter o distanciamento social e higienizar corretamente itens compartilhados, desde assentos e corrimões até aparelhos de ginástica e salas de exibição, por exemplo. A população deve ir às ruas apenas em caso de necessidade, evitando aglomerações.
Mortes evitáveis
Pelo diagnóstico do presidente do Sindicato dos Médicos do DF (SindMédico-DF), Gutemberg Fialho, mais vidas poderiam ter sido salvas. “Deveríamos testar, isolar e mapear. Isso não foi feito. Tivemos muitas mortes evitáveis”, criticou.
Para o especialista, a rede de saúde local demorou muito tempo para ser preparada. “Prometeram um hospital de Campanha em Ceilândia, o que aconteceu com ele?”, questionou. Para Fialho, a situação é preocupante e coloca o DF em risco de sofrer uma segunda onda de infecções pela doença. “A população está relaxando nas medidas sanitárias“, alertou.