Mortes por afogamento no Lago Paranoá dobram durante a pandemia de Covid-19
Ate julho deste ano, já foram oito mortes registradas no espelho d’água pelo Corpo de Bombeiros do DF
atualizado
Compartilhar notícia
O desaparecimento do advogado Carlos Eduardo Marano, 41 anos, no Lago Paranoá, no sábado (1/8), chamou a atenção para o aumento de casos de afogamentos no espelho d’água neste ano. Embora ainda não seja possível afirmar o que aconteceu com o defensor, o Corpo de Bombeiros militar do Distrito Federal (CBMDF) já registrou, até julho, oito mortes por afogamentos.
O número é o dobro do computado no mesmo período de 2019 e acende o alerta para os perigos de se entrar no lago sem tomar as devidas precauções. A principal orientação para banhistas, esportistas e condutores de embarcações é que não façam ingestão de bebidas alcoólicas antes de adentrar na bacia.
Outro cuidado que as pessoas precisam ter é com as capivaras, encontradas rotineiramente nadando pelo lago e passeando pela orla. Elas podem carregar o carrapato-estrela, conhecido por transmitir a febre maculosa, uma doença infecciosa febril que pode causar dores musculares, dores de cabeça ou até mesmo paralisia dos membros, em situações mais graves.
É importante também ficar de olho nos locais onde se mergulha. O Metrópoles mostrou que 17 pontos de lançamento de águas pluviais no Lago Paranoá tinham pelo menos uma irregularidade.
Os problemas variavam da presença de graxas, óleos e resíduos sólidos a até mesmo despejo de esgoto clandestino e assoreamento.
Pais de Carlos não dormem
O CBMDF encerrou, no final da tarde dessa segunda-feira (3/8), o terceiro dia de buscas por Carlos Eduardo Marano Rocha. Segundo a corporação, a falta de informações precisas sobre o local em que o advogado teria caído da embarcação dificulta a operação.
A irmã de Carlos e uma amiga íntima da família acompanham os trabalhos desde o dia em que souberam do desaparecimento.
“Um amigo ligou para o irmão dele falando do sumiço. Já estamos aqui há dois dias. Os pais dele não dormem. Vamos ficar até que ele seja encontrado”, disse a amiga, que que diz ” quase irmã” de Calos Eduardo, pois foram criados juntos.
Elas estão no Grupamento de Salvamento e Resgate, perto da Villa Náutica. “Não falaremos de culpa. Estava tudo certo com a lancha, lotação correta, piloto tinha habilitação”, listou a amiga. “Só queremos mesmo saber o que aconteceu e onde ele pode estar”, completou.
O caso começou a ser investigado pela 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), mas agora é de responsabilidade da 10ª DP (Lago Sul). Alguns tripulantes da lancha e o piloto prestaram depoimento nesta segunda-feira (3/8).