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Morta no DF, Noélia havia denunciado duas agressões domésticas

Vendedora de uma loja de moda feminina no Brasília Shopping chegou a prestar queixas contra marido e ex-companheiro

atualizado

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Reprodução/Redes Socias
Noelia
1 de 1 Noelia - Foto: Reprodução/Redes Socias

A vendedora Noélia Rodrigues de Oliveira, 38 anos, encontrada morta na última sexta-feira (18/10/2019), no Assentamento 26 de Setembro, em Vicente Pires, havia registrado duas ocorrências de violência doméstica, contra o atual marido – com quem tem dois filhos – em 2010, e contra o ex-companheiro – pai de seu primogênito –, em 2007.

As denúncias não prosperaram nem chegaram à Justiça. Não há, porém, informação se Noélia retirou as queixas ou se os inquéritos foram arquivados.

Geraldo Madureira, advogado do marido da vítima, Marcos Paulo, alega que o fato ocorreu há nove anos e não tem qualquer conexão com o crime dessa sexta-feira (18/10/2019). Segundo Madureira, esse foi o primeiro e único registro contra seu cliente. “Confiamos no trabalho da Polícia Civil e acredito na inocência do meu cliente”, sustentou.

Segundo Geraldo Madureira, defensor de Marcos, o cliente é considerado suspeito pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), mas colabora com as investigações. O crime é investigado como feminicídio. “Ele está sendo tratado como suspeito por causa de um protocolo equivocado da PCDF, que tratou o caso como feminicídio. Ele já foi ouvido e prestou esclarecimentos, não depoimento”, explicou Madureira em entrevista ao Metrópoles, na sexta-feira.

Marcos foi chamado pela delegada-chefe do caso, Adriana Romana, para, de acordo com o advogado, ela devolver os bens apreendidos do homem. Os investigadores apreenderam a moto, o carro e as roupas usadas por ele no dia em que Noélia se encontrava desaparecida. “Depois que colherem as provas, os policiais vão direcioná-las para outras possibilidades. O que ele disse ontem ampliou as possibilidades. Já entregou carro, moto e roupas para perícia, um indício de que ele não tem culpa. Está deixando claro que nada teve a ver com essa tragédia”, disse Madureira, ao Metrópoles, na ocasião.

Desaparecimento
Noélia foi vista pela última vez com vida na saída de um shopping na Asa Norte, local onde trabalhava. Nas imagens, é possível observar a vítima ao celular. À polícia, o marido contou que falou com a mulher por telefone, dizendo que a buscaria no ponto de ônibus, como era rotina entre o casal.

Dessa vez, porém, Noélia não desceu do ônibus, o que levou Marcos Paulo a iniciar uma campanha de “procura-se” na internet, além de acionar a PCDF. Noélia foi encontrada morta, em Vicente Pires, com um tiro no rosto.

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Caixão com o corpo de Noélia seguiu para a sepultura, no cemitério de Taguatinga, acompanhado de amigos e familiares
Amigos e parentes querem uma solução rápida para o caso e cobram justiça
O velório começou por volta de 12h30 desse domingo (20/10/2019)
Rosângela Bezerra, amiga da vítima, emocionou-se durante o velório
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Noélia foi enterrada na tarde de 20/10/2019, no cemitério Campo da Esperança de Taguatinga

Myke Sena/Especial para o Metropoles
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Caixão com o corpo de Noélia seguiu para a sepultura, no cemitério de Taguatinga, acompanhado de amigos e familiares

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Amigos e parentes querem uma solução rápida para o caso e cobram justiça

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O velório começou por volta de 12h30 desse domingo (20/10/2019)

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Rosângela Bezerra, amiga da vítima, emocionou-se durante o velório

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Odemar Oliveira Guedes, irmão da vítima, espera que a justiça seja feita

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O adeus
Um misto de tristeza e revolta marcou o velório da vítima, no cemitério de Taguatinga. O corpo chegou ao local por volta das 12h30, e o sepultamento estava previsto para as 16h. Marcos Paulo chegou à Capela 1 com os dois filhos mais novos – um garoto de 5 anos e uma menina de 9 –, enquanto o mais velho, de 16, já estava no local. As crianças choraram muito e foram levadas embora logo depois.

Noélia era a caçula de 14 irmãos. Um deles, Odemar Oliveira Guedes, 42, veio do Tocantins para o enterro. “Meus pais moram no Ceará e não puderam vir pela idade. Só Deus sabe o que estão passando. Queremos que as autoridades tomem providências. Minha irmã era muito trabalhadora”, falou. “Só Deus sabe o que estamos sentindo. Espero que a justiça seja feita, a de Deus e a do homem.”

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