“Morreu na frente da mãe”, diz padrasto de vítima de duplo homicídio
Dois jovens de 19 anos morreram assassinados, na madrugada desta segunda-feira (3/10), por homem que não aprovava relacionamento da enteada
atualizado
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Na manhã desta segunda-feira (3/10), menos de 12h após o duplo homicídio ocorrido no Conjunto 8 da QR 514, em Samambaia Sul, o padrasto de uma das vítimas contou detalhes do crime ao Metrópoles.
Padrasto mata a tiros namorado e amigo de enteada e se suicida no DF
Segundo Rafael Silva, nesta madrugada, o enteado dele, Diórgenes Vítor de Jesus Brito, 19 anos, estava com o amigo Júlio César Ferreira, também 19, na calçada da casa vizinha de onde a família mora, quando Rafael de Lima Oliveira, 33, matou os dois jovens (foto em destaque). O crime teria sido motivado por conflito familiar. Informações apuradas pela reportagem revelam que o acusado de assassinar as vítimas estaria inconformado com o relacionamento entre a enteada dele, de 17, e Júlio. Rafael Oliveira se matou logo após o duplo homicídio.
Ao ouvirem os disparos, os familiares correram para ver o que estava acontecendo e encontraram Diórgenes caído depois de ter sido atingido com um tiro na perna.
“Foram muitos tiros. Saímos eu, a minha mulher e a minha cunhada. O Diórgenes ainda estava vivo e se movendo. Quando chegamos perto para tentar socorrer o meu enteado, o homem voltou atirando no nosso rumo e acertou a perna da minha cunhada”, contou o padrasto.
Ainda segundo a testemunha, o atirador teria disparado pelo menos seis tiros em Diórgenes. “Primeiro, ele matou o Júlio César, que correu para o lado contrário. Ele voltou trocando o pente da arma, atirando no rumo do Diórgenes e onde nós também estávamos. O filho morreu na frente da mãe. Minha esposa está muito abalada”, lamentou Rafael Silva.
Após cometer os assassinatos, o suspeito foi encontrado morto, com tiro um na cabeça, próximo a uma estação do Metrô, indicando suicídio.
“A gente acha que o motivo disso tudo é o ciúmes que ele sentia da menina. Não tem outra explicação”, disse o padrasto.
“O meu enteado era só cunhado do Júlio. Não tinha nada a ver com a história. Morreu porque estava ao lado do amigo. Depois que o atirador descarregou a arma, ele saiu correndo. Diórgenes era um jovem tranquilo. Nunca foi de confusão”, acrescentou.
Nesta manhã, por volta das 10h30, a terceira vítima do atirador, tia de Diórgenes, recebeu alta do hospital e voltou para casa. Muito abalada, ela preferiu não dar entrevistas.
Vizinhos à residência relataram ter ouvido cerca de 26 disparos. “O autor descarregou pelo menos dois pentes”, comentou um morador da quadra, sem se identificar.
O crime
Testemunhas relataram que Rafael de Lima Oliveira, 33, e a companheira dele, mãe da jovem de 17 anos, haviam ameaçado a família de Júlio César caso o jovem não terminasse o namoro com a adolescente.
Na noite desse domingo (2/10), Rafael voltava do trabalho quando encontrou Júlio e Diórgenes. Ao ver o namorado da enteada, o padrasto teria ficado com raiva, ido para casa e retornado com uma arma de fogo.
Uma das testemunhas detalhou que Diórgenes acabou executado em frente à residência onde morava. Júlio chegou a correr por cerca de 100 m, mas também foi baleado. Quando Rafael disparou mais uma vez, a vítima caiu no gramado.
Acionada para atender a ocorrência, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) encontrou o corpo de Rafael Oliveira na QR 112 de Samambaia Sul, com uma marca de tiro na cabeça. A arma do crime, uma pistola 9mm, com seis balas, foi recolhida pelos militares. A 32ª Delegacia de Polícia (Samambaia Sul) investiga o caso.