Morre Orédio Alves de Rezende, dono da 1ª rede de autopeças no DF
Empresário faleceu devido a problemas pulmonares causados pelo novo coronavírus
atualizado
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Orédio Alves de Rezende, 83 anos, morreu nesta segunda-feira (5/4), vítima de complicações pulmonares causadas pela Covid-19. O empresário goiano foi responsável pela estruturação da primeira rede de autopeças da capital federal – a Induspina Autopeças, que abriu as portas na antiga Cidade Livre, em junho de 1958, e segue em atividade até hoje, na 514 Sul. Ele deixa esposa, três filhos, netos, bisnetos e uma legião de amigos.
Na luta contra dois cânceres (linfomas nas células do manto e na bexiga), Orédio foi diagnosticado com a Covid-19 há cerca de dois meses. Passou todo o período de incubação do vírus em casa, até que começou a sentir dificuldades para respirar. Foi hospitalizado há 50 dias, no Hospital Alvorada, na Asa Sul, onde precisou ser tratado na UTI por diversas vezes.
O velório está marcado para esta terça-feira (6/4), a partir das 13h, na Capela 6 do Cemitério Campo da Esperança. O sepultamento ocorre às 15h30.
Trajetória
O empresário teve sua vida contada em filme lançado em outubro de 2019 – “O Legado de um Pioneiro”. Dirigido por Rafael Pires, o documentário foi concebido, roteirizado e produzido pelo jornalista Flávio Resende, filho do protagonista.
Veja:
No lançamento do filme, Orédio recebeu, ainda, o Título de Cidadão Honorário de Brasília, concedido pela Câmara Legislativa do DF (CLDF), por iniciativa do deputado Daniel Donizet (PSDB-DF).
Empresa
Pouca gente sabe, mas o DF tem empresas nascidas já em solo brasiliense, antes mesmo da inauguração de Brasília, e que continuam na ativa. É o caso da Induspina Autopeças – que, em junho de 2020, completou 63 anos de mercado, e, com cinco lojas, assume a liderança em seu segmento por mais de duas décadas (1970 e 1980).
À frente da empresa, esteve o pioneiro Orédio Alves de Rezende, que chegou em Brasília, vindo de Anápolis (GO), em 1957, com a missão de abrir na Cidade Livre o braço (no setor de autopeças) do Grupo Pina, organização goiana na qual trabalhava desde os 17 anos como faxineiro.
Com a posterior ajuda dos sócios Sebastião Feliciano, Antônio Delgado Torres (in memorian) e do irmão mais velho Omélio Alves de Rezende, o jovem Orédio, à época com 22 anos, deixou família e amigos, agarrando-se ao que viria a ser a maior oportunidade de sua vida, capaz de tirar a sua família do estado de privação econômica em que então se encontrava.
Filho e irmão de hansenianos, Orédio viu, aos 7 anos, o pai e o irmão serem levados de casa para uma “Colônia de Leprosos”, em Goiânia. A partir daí, passou a ser “o homem da casa”: ajudou a mãe, pobre e semianalfabeta, a sobreviver e auxiliou na criação da irmã, cinco anos mais nova.
Em 2001, o empresário foi reconhecido e agraciado na primeira edição do projeto Mercador Candango, realizado pela Federação do Comércio do Distrito Federal (Fecomércio-DF).