Morre mulher que teve AVC e aguardou vaga em UTI no DF
Para filho de Marlene Xavier de Lima, leito em Unidade de Terapia Intensiva foi disponibilizado “tarde demais”
atualizado
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Vítima de um AVC, a comerciante Marlene Xavier de Lima, 53 anos, perdeu a batalha pela vida. A informação foi repassada pelo filho, o empresário Thiago Lima, 24. Marlene faleceu na madrugada dessa quinta-feira (21/2), após ficar oito dias internada no Hospital Regional de Planaltina (HRP). Destes, seis à espera de uma vaga em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
O drama de Marlene foi revelado pelo Metrópoles. A mulher sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) no dia 13 de fevereiro. E, apesar de determinação judicial favorável, só conseguiu transferência para uma UTI no dia 19, quase uma semana depois de ter sido internada no HRP.
Segundo Thiago, a mãe teve falência múltipla dos órgãos. “Conseguiram o leito de UTI tarde demais. Quando ela foi transferida, os médicos falaram que o estado já era muito grave”, lamenta o filho. “Se tivéssemos conseguido antes, poderia ter sido salva”, acredita.
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde informou que a paciente foi selecionada “para a primeira vaga que surgiu”, pois apresentava quadro clínico “considerado gravíssimo”.
Quando Marlene sofreu o AVC, foi socorrida por Thiago e familiares relataram que ela já havia tido outro no começo do ano. A mulher teria ficado com dificuldade para movimentar parte do rosto, mas não teve maiores complicações. No entanto, na madrugada do dia 13, queixou-se de fortes dores na nuca e nas pernas. Ao chegar ao hospital de Planaltina, ela estava desmaiada.
No mesmo dia da internação, os parentes procuraram a Defensoria Pública. Uma decisão judicial determinou que ela fosse transferida em 24 horas, mas isso não ocorreu. A transferência foi feita apenas no dia 19 deste mês.
Thiago conta ainda que, em 16 de fevereiro, os médicos chegaram a atestar morte cerebral da mulher. Porém, um dia depois, os enfermeiros afirmaram que Marlene dava sinais de vida. “Vamos processar o GDF pela demora no leito e pelo diagnóstico de morte encefálica ter sido dado sem a conclusão do protocolo”, afirma o empresário.