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Morre José Perdiz, fundador do Teatro Oficina Perdiz, aos 89 anos

Símbolo de resistência, Perdiz cedeu espaço da sua oficina nos anos 1970 para o que se tornaria um dos teatros mais tradicionais da capital

atualizado

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Acervo Marcelo Dischinger
Teatro Perdiz
1 de 1 Teatro Perdiz - Foto: Acervo Marcelo Dischinger

Morreu na madrugada deste domingo (20/2) o fundador do Teatro Oficina Perdiz, José Perdiz, aos  89 anos, em decorrência de problemas cardíacos, agravados por um diagnóstico recente de Covid-19.

Entusiasta do teatro e grande símbolo de resistência, Perdiz iniciou sua história na cultura brasiliense em 1975, quando cedeu o espaço de sua oficina mecânica para ensaios do grupo de teatro da Faculdade Dulcina de Moraes.

No fim dos anos 1980, o local se tornou um espaço cultural reconhecido, sob o comando do diretor de teatro Mangueira Diniz, e chegou a receber 7,5 mil pessoas nos anos seguintes. Reinaugurado em 2015, em terreno doado na 710 Norte, após ser desalojado de área pública que ocupava há 38 anos, passou a ser dirigido pela filha de Perdiz, a atriz Julia Karla Perdiz.

Ao Metrópoles, Júlia disse que dará continuidade ao legado do pai e pediu orações. “Meu pai foi um homem muito amado pela família e por Brasília. Toda oração para que ele faça uma passagem é bem vinda.”

A diretora teatral informou que haverá uma homenagem no Perdiz no próximo domingo (27/2). Detalhes serão divulgadas no Instagram do espaço (@perdiz.teatrooficina). 

“Grande perda para a cidade”

A história e a importância de Perdiz pra cena local foi rememorada em um documentário dirigido por Marcelo Díaz, que conquistou o Candango de Melhor Curta no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e o Festival Internacional de Curtas São Paulo, de 2007.

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Tertúlia à Luz de Velas, um clássico do Teatro Oficina Perdiz
Perdiz (de laranja) e artistas da capital (à direita, integrantes d'Os Melhores do Mundo e Luciana Martuchelli)
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Perdiz em frente à antiga sede, que teve seu age nos anos 1990

Acervo Marcelo Dischinger
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Tertúlia à Luz de Velas, um clássico do Teatro Oficina Perdiz

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Perdiz (de laranja) e artistas da capital (à direita, integrantes d'Os Melhores do Mundo e Luciana Martuchelli)

Acervo Marcelo Dischinger

Contatado pelo Metrópoles, Marcelo Díaz classificou a partida do amigo como uma “grande perda para a cidade”, que ele avalia como “de hostilização da cultura”.

“O Perdiz é uma figura simbólica nesses tempos. Uma figura da resistência, da arte, da cultura, que transformou sua oficina num espaço cultural em uma cidade, em uma realidade, em que as pessoas estão fechadas pra isso”, comentou.

“Sobretudo no campo [do governo] federal, há uma hostilização muito grande da cultura. Perdiz vinha falando muito sobre isso, era algo que vinha mexendo com ele”, diz.

As homenagens póstumas a Perdiz serão realizadas nesta segunda-feira (21/2), das 11h às 13h, na Capela de número 3 do Cemitério de Taguatinga. As informações foram divulgadas pela família com um aviso: “Venham com amor, não há luto pra quem viveu e partiu na luta”.

 

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