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Morre Dudu, o último leão do Zoológico de Brasília

Animal estava com problemas de saúde em decorrência da idade avançada e superou em quatro anos a expectativa de vida em cativeiro

atualizado

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Renato Araújo/Agência Brasília
Leão Dudu Zoológico de Brasília
1 de 1 Leão Dudu Zoológico de Brasília - Foto: Renato Araújo/Agência Brasília

Em menos de duas semanas, o Zoológico de Brasília perdeu os dois leões que viviam no local. Nascido em 2 de maio de 1994 e criado no espaço, morreu aos 22 anos o leão Dudu. O animal foi sacrificado, pois apresentava problemas de locomoção, visão, nas funções hepáticas, de incontinência urinária, mastigação, além de ter momentos de inconsciência. Há duas semanas, o outro leão do zoo, Dengo, também morreu. Ainda não há previsão de quando a instituição receberá um novo leão, uma vez que só acolhe animais vítimas de maus-tratos.

Segundo os veterinários, Dudu apresentou agravamento do quadro clínico geral em maio e, em especial, nesta semana. Por unanimidade da diretoria e do corpo técnico da entidade, formado por veterinários e biólogos da curadoria de mamíferos, ficou decidida a eutanásia.

O laudo da necropsia, finalizado na noite de quarta-feira (8/6), indica que o felino apresentava enfisema pulmonar, cálculo na vesícula e nódulos no fígado. Segundo informações da assessoria do Zoológico de Brasília, ele começou a apresentar falência múltipla de órgãos ainda na quarta.

De acordo com os veterinários do zoo, Dudu não poderia ser levado para a natureza assim que nasceu por conta do contato imediato com tratadores. Isso acostuma o bicho ao convívio de humanos e os torna dependentes dos homens para sobreviver.

Graças aos cuidados dos funcionários, o leão viveu quatro anos a mais do que a expectativa de vida em cativeiro, que é de 18 anos. Se considerado o tempo de vida na natureza, superou em quase 10 anos – a espécie vive em média 14 anos. Desde a primeira semana de junho, Dudu estava fora da exposição e vivendo em um espaço especial para tratamento. Segundo o Zoológico, se o animal vivesse por mais dois anos, ele seria considerado o leão mais velho do mundo e entraria no livro dos recordes.

Problemas de saúde
Os primeiros sinais da idade avançada apareceram ainda em 2014. A dificuldade em se locomover, causada pela artrite e pela artrose, chamou a atenção dos veterinários. A partir de então, a vida de Dudu precisou ser acompanhada com mais atenção e o tratamento diário sofreu adequação. A alimentação passou a ser mais balanceada e ele começou a tomar anti-inflamatórios e antibióticos para as articulações.

Dudu vivia em um espaço de 800 metros quadrados, com pontos de sombra e sol, vegetação e área coberta para se proteger das chuvas. Há cerca de dois meses, no entanto, o zoológico decidiu reduzir a área de vivência do bicho. Um cercado foi construído para monitorar melhor as atividades do animal e evitar que ele caísse nas rampas do local.

O laudo técnico da morte do leão deve sair em sete dias úteis. O zoológico pretende empalhá-lo para ser exposto no parque. Há cerca de um mês, em 11 de maio, Dudu começou tratamento de acupuntura para aliviar dores na articulação e melhorar a locomoção. A técnica também tinha efeitos coadjuvantes de melhora nas funções hepáticas. O leão era atendido por uma veterinária todas as quartas-feiras, em parceria da Fundação Zoológico de Brasília com uma empresa privada que presta o serviço.

Aniversário
Dudu era um dos mais queridos animais do zoológico. No aniversário de 2016, os funcionários prepararam uma comemoração especial. Um bolo de carne em formato de coração foi preparado especialmente para o leão e todos deram um abraço coletivo em volta do recinto onde ele vivia. A celebração foi na hora de abertura do parque e o público acompanhou a festa preparada para Dudu.

Dengo
Em maio, o Zoológico de Brasília perdeu Dengo, o outro leão que vivia no local. Vítima da aids felina, viveu durante 16 anos e havia chegado à capital federal em 21 de julho de 2011 com problemas de desenvolvimento causados por má alimentação e por falta de qualidade no confinamento anterior em um circo. Por conta dos cuidados especiais da equipe do zoo, também superou a expectativa de vida da espécie. Com informações da Agência Brasília.

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