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Morre DJ Celsão, uma referência na cena black em Brasília

Ícone das pistas, o DJ morreu aos 52 anos, no Rio de Janeiro. Amigos preparam uma homenagem nesta segunda (5/10), no Conic

atualizado

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Paula Carruba
Paula Carruba
1 de 1 Paula Carruba - Foto: Paula Carruba

Morreu no fim da tarde deste domingo (4/10) Celso Gomes, o DJ Celsão, aos 52 anos. Considerado um ícone da black music em Brasília, Celsão morreu ao lado da família, no Rio de Janeiro. A causa da morte não foi divulgada, mas o DJ estava com a saúde fragilizada há algum tempo.

Nascido em Nilópolis, no Rio de Janeiro, Celsão chegou a Brasília na década de 1980. Na cidade, cravou seu nome na noite ao trazer para a capital o baile charme e se tornar um fenômeno das pistas. Com o programa de rádio Mix Mania, marcou uma geração. Conhecido por sua generosidade, o DJ estendeu a mão a muitos artistas que estavam começando a discotecar e se inserir no hip hop.

Débora Carvalho, a DJ Donna, foi apadrinhada por Celsão. “As pessoas tinham preconceito porque eu vinha da música eletrônica, mas ele me apoiou, disse que eu deveria continuar”, conta Donna, que conversou com Celsão na semana passada, pelo celular. “Ele estava na programação do Satélite 061, mas precisou cancelar porque estava internado por conta de uma desidratação e de uma sinusite. Ele queria muito tocar no festival. Era um sonho nosso”, lamentou a DJ.

Amigo de Celsão há mais de 20 anos, Jean Carlos, um dos responsáveis pela festa Da Bomb, também teve contato com o lado generoso de Celsão. “Ele foi um cara que me incentivou a tocar mesmo sem me conhecer. Ele conseguia envolver as pessoas. Todo adolescente curtiu o Mix Mania e a Da Bomb surgiu durante uma festa do programa”, lembra, saudoso.

Para o rap, Celsão significou uma abertura sem precedentes. “Conheci o Celso em 1987, ele foi o primeiro DJ que tocou uma música minha em uma rádio comercial. Não somente eu, mas todo rap nacional deve reverência a ele”, elogia Marcos Vinicios Morais, o rapper Japão.

Resistência nas pistas
Com o avanço do trap e do funk, o hip hop old school perdeu espaço nas festas em Brasília e Celsão era um dos poucos DJs a manter acesa a chama da black music dos velhos tempos.

A Makossa, festa comandada por Chicco Aquino e Leonardo Cinelli, se tornou uma das poucas pistas brasilienses a celebrar a música negra em todas as suas vertentes. No Espaço Floresta (Galeria dos Estados), Celsão foi presença certeira nos line-ups da Makossa. “A imagem que eu tenho do Celsão é dele rindo, feliz, um cara sereno. Uma coisa que sempre marcou muito era o carisma dele tocando”, lembra Chicco Aquino, um entusiasta da memória do DJ.

Centenas de mensagens em homenagem a Celsão foram postadas nas redes sociais. Nesta segunda (5/10), amigos dos DJ estão organizando uma celebração à trajetória do carioca no Conic.

 

Assista a um vídeo de Celsão durante uma edição da festa Da Bomb:

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