Moro condena Habib Chater, dono de posto que deu origem à Lava Jato
O estabelecimento situado no Setor Hoteleiro Sul servia, segundo o magistrado, de base para organização de esquemas criminosos
atualizado
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O doleiro e dono do Posto da Torre, no Setor Hoteleiro Sul, Carlos Habib Chater, foi condenado a 10 anos e 11 meses de prisão por crimes contra o sistema financeiro. A pena foi imposta pelo juiz federal Sérgio Moro. O estabelecimento ficou conhecido por abrigar uma lavanderia e uma casa de câmbio e serviu de inspiração para batizar a Operação Lava Jato.
Apesar do protagonismo na Lava Jato, Chater é uma figura pouco conhecida no Distrito Federal. Conhecê-lo, no entanto, se mostra fundamental para entender a investigação e o submundo das conexões políticas e empresariais desvendadas pela operação. Segundo Moro, o posto servia de base para operações fraudulentas, inclusive de outras empresas.
Ao assinar a sentença, Moro levou em conta os antecedentes de Chater e entendeu que ele contribuiu ativamente para a prática de lavagem de dinheiro.
Há mais de três anos, a extinta revista Veja Brasília publicava a matéria Sujo e Mal Lavado, que trazia um perfil detalhado de Carlos Habib Chater. A reportagem, da atual diretora de redação do Metrópoles, Lilian Tahan, detalhava a longeva carreira do personagem como doleiro em Brasília, sua lista de empresas (“todas elas amparadas em contratos falsos e em nome de laranjas”), seu envolvimento com o tráfico internacional de drogas e as inserções no submundo da corrupção da política nacional.
Dinheiro vivo
O Posto da Torre é a prova física da verve “empreendedora” da família. Funciona quase como um centro comercial. Ali, nunca teve um lava jato, mas há pastelaria, lavanderia, bar e loja de conveniência. Todos empreendimentos, de acordo com as acusações, operados por laranjas dos Chaters. Durante anos, por ali só era aceito dinheiro vivo, o que servia para facilitar a lavagem de recursos irregulares, segundo o Ministério Público. Hoje, o posto já aceita cartões.