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Morar no DF está mais barato. Aluguel é o menor dos últimos nove meses

No primeiro trimestre deste ano, o m² para aluguel valia R$ 32,05. Redução foi de 2,9% em relação ao mesmo período do ano anterior

atualizado

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Plano Piloto em Brasília – Brasília(DF), 19/08/2015
1 de 1 Plano Piloto em Brasília – Brasília(DF), 19/08/2015 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

Boa notícia para quem quer alugar imóveis no Distrito Federal. Uma pesquisa aponta que, no primeiro trimestre de 2017, o preço do metro quadrado para locação em Brasília atingiu o menor valor em quase um ano. Ou seja, o preço do aluguel está em queda. Segundo o levantamento, os proprietários de imóveis cobram, no período, R$ 32,05 (em média). A última vez que a cifra chegou a esse patamar foi no segundo trimestre de 2016.

A média representa redução de 2,9% em relação à registrada no mesmo período de 2016. O número também indica redução em relação ao último trimestre do ano passado, quando o metro quadrado para aluguel valia R$ 32,40. É também a primeira diminuição no preço em seis meses, já que nos últimos dois trimestres, a pesquisa, realizada periodicamente pela empresa VivaReal, havia registrado acréscimo nos valores cobrados.

De acordo com Roberto Ellery Jr., economista e professor da Universidade de Brasília (UnB), a redução dos preços é um ajuste já esperado. “Essa situação reflete as recentes quedas nos valores de venda de imóveis. Os aluguéis costumam reproduzir o sentido das vendas, mas isso ocorre com atraso porque os contratos já são firmados com valor e período predeterminados. Agora, essas quantias estão sendo ajustadas”, explica.

No entanto, a regulação do mercado não tem sido a única razão para a queda nos preços. A medida também é uma alternativa para muitos proprietários que estão com imóveis desocupados. Há dois meses, o corretor de imóveis Sérgio Castila, 53 anos, tenta conseguir um locatário para um apartamento de dois quartos na QI 3 do Guará. Ele já reduziu o valor do aluguel, mas ainda não teve sucesso.

“Com a situação atual, a gente não consegue aplicar o índice geralmente cobrado. Estou pedindo 10% a menos do que quando comecei a anunciar, mas o movimento está muito fraco. É um imóvel que seria facilmente alugado em condições normais, mas atualmente tem sido difícil”, conta Castila.

Regiões
As cidades com médias de aluguel mais caras foram Asa Norte (R$ 35,29 o m²), Asa Sul (R$ 33,33), Sudoeste (R$ 33,33), Lago Norte (R$ 30,11) e Lago Sul (R$ 22,07). Esta última, inclusive, foi a única que registrou aumento nos valores cobrados entre o primeiro trimestre do ano passado e os últimos três meses. O acréscimo foi de 2,3%.

Apesar da redução média no custo do aluguel, os preços ainda estão salgados para muitas pessoas. Há cerca de cinco meses, a estudante Lorena dos Santos, 23 anos, procura uma quitinete para alugar na Asa Norte. No entanto, mesmo com a redução nos valores, a jovem moradora do Grande Colorado ainda não conseguiu encontrar um imóvel que caiba no orçamento.

“Percebi a diminuição, sim, mas baixou muito pouco. Os que eu tenho visto ficaram só uns R$ 20, R$ 30 mais baratos. Tem muita oferta, mas os donos estão pedindo dinheiro demais. Um dos imóveis que eu olhei está desocupado há uns cinco meses porque ninguém aceita pagar o preço cobrado pelo dono”, conta.

Venda
Os preços de venda de imóveis no DF também voltaram a cair no último trimestre e registraram os menores valores desde o início do ano passado. Segundo a pesquisa da VivaReal, a média de preço por metro quadrado nos três primeiros meses de 2017 foi R$ 8.111, contra os R$ 8.245 apontados no mesmo período do ano anterior. No último trimestre do ano passado, o valor chegou a R$ 8.403.

Desde o início de 2017, os valores de venda têm apresentado quedas sucessivas. No entanto, de acordo com o economista Roberto Ellery Jr., os interessados em comprar um imóvel já devem pensar em fechar negócio. “Essas reduções foram causadas por conta da crise econômica que atinge o Brasil. Ainda não sabemos quando vamos sair dessa recessão, mas temos indícios de que a situação está melhorando. Então talvez logo os preços voltem a subir”, explica.

Ellery Jr. faz outro alerta: “Se o comprador for financiar a maior parte do imóvel, talvez ainda valha a pena esperar um pouco. A projeção da taxa de juros para este ano é de queda. Dessa forma, mesmo que o preço do imóvel fique um pouco mais alto, o consumidor vai fazer o financiamento com juros mais baixos”, finaliza.

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