Moradores reclamam de escuridão onde jovem diz ter sido estuprada
Polícia Civil investiga denúncia de jovem de 23 anos. Ela garante ter sido atacada por quatro homens na Rua 30 Sul, em Águas Claras
atualizado
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A Rua 30 Sul de Águas Claras, onde uma jovem de 23 anos diz ter sido vítima de estupro coletivo, é apontada por moradores como insegura. Com muitas árvores e pouca iluminação, a região, que é movimentada durante o dia, se torna perigosa para quem transita à noite, segundo afirma a comunidade local.
Síndico do prédio residencial que fica ao lado da área em que a mulher teria sido violentada, Jairo Lemos, 68, disse ao Metrópoles que já presenciou assaltos na região. “Já tentaram até roubar o nosso condomínio, levar bicicletas”, afirmou.
Morador do residencial há 12 anos, ele diz que os condôminos já pediram aos órgãos de segurança mais policiamento e iluminação no local. “Ainda têm uns postes aqui do lado. Mas perto da linha do metrô é totalmente escuro, fica perigoso demais”, afirma.
Para Maria José Massa Fleury Curado, 60, moradora de outro prédio da rua, o maior problema da região é a falta de iluminação. “É muito escuro, não tem luz nenhuma. Vejo que sempre ficam uns homens ali no meio [do matagal] usando drogas. Eu mesma não passo por ali de noite. Até para passear com o cachorro na praça meu marido é quem desce”, ressaltou.
A 21ª Delegacia de Polícia (Pistão Sul) investiga a denúncia de estupro coletivo que teria ocorrido na noite de quarta-feira (19/02/2020). De acordo com a Polícia Civil, a mulher saiu da praça de skate, na Rua 37 Sul, e seguia para casa, por volta das 22h, quando foi abordada pelos criminosos. Ninguém foi preso até agora. Ao Metrópoles, o delegado-chefe da 21ª DP, Luiz Alexandre Gratão, disse que o caso é prioridade para a unidade policial.
A vítima contou ainda que, antes de ir de casa, a pé, para a praça de skate, saiu do Taguatinga Shopping, também caminhando, entre 19h e 20h. Ela acredita que tenha sido seguida pelos suspeitos após deixar o centro de compras. Entretanto, em outro depoimento, disse que “não percebeu a aproximação dos homens”. Da residência, resolveu encontrar uma amiga na praça da Rua 37 Sul. Ela teria sido abordada na rua atrás dos eucaliptos.
Na primeira versão, a vítima disse que um dos quatro homens portava faca e outro, arma de fogo. Pontuou ainda que os suspeitos são brancos e que um usava barba e tinha cabelo preto. Os agressores teriam empurrado a jovem para dentro da mata e a estuprado.
Após a vítima gritar, os homens correram em direção ao lado norte de Águas Claras. Em diligência no local, os policiais encontraram uma camiseta e encaminharam a peça para perícia. As vestes da jovem de 23 anos também foram levadas para análise.
“Já estamos analisando as imagens de câmeras de segurança instaladas na região para identificar os suspeitos”, frisou o investigador. A vítima foi levada ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT) e passou por exames no Instituto Médico Legal (IML).
Em nota, a Companhia Energética de Brasília (CEB) afirmou que a área técnica de iluminação pública acionou equipes de manutenção para vistoriar e realizar a manutenção de possíveis pontos apagados no local.
“Toda a Boulevard Sul possui iluminação pública, que foi projetada para atender as vias públicas locais e as calçadas, que ainda não haviam sido construídas na época da instalação dos postes, e a CEB está à inteira disposição dos demais órgãos para realizar um projeto específico para implantação de nova iluminação que atenda o interior dessa área arborizada, de forma a melhorar a segurança das pessoas que transitam na região”, afirma a nota.