Moradores do Lago Sul cobram mais participação no projeto Orla Livre
Representantes afirmam que participação popular é restrita e projetos apresentados não atendem sugestões da sociedade
atualizado
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Lançado na última quinta-feira (8/12), o Programa Orla Livre prevê a revitalização do Lago Paranoá, com a instalação de equipamentos de lazer e parcerias para bares e restaurantes à beira do espelho d’água. Entretanto, moradores da região reclamam da falta de participação popular na escolha dos projetos.
Representantes dos moradores alegam que não houve reuniões suficientes com a população para debater os planos e que o portal do programa conta apenas com uma enquete com questões pré-determinadas. “Embora já haja manifestação da Justiça sobre a necessidade da realização de audiências públicas em intervenções desta magnitude em áreas de conservação, o GDF insiste em realizá-las de modo unilateral, sem se preocupar com as consequências para o meio ambiente e as futuras gerações que serão afetadas pelas obras”, argumenta o presidente da Associação da QL 12, Marcos Drumond Coelho.
O secretário-adjunto de Casa Civil e coordenador do projeto, Fábio Pereira, entretanto alega que os debates com a população ainda acontecerão. “Escolhemos fazer as reuniões após a divulgação do programa, para que as reivindicações fossem mais organizadas. Oferecemos o canal digital para manifestação, mas haverá também encontros com moradores, associações e administrações antes de definir qualquer termo de referência”, defende-se.
Segundo Pereira, há três formas da população manifestar-se sobre o tema. Um é a enquete, com pontos mais abrangentes sobre o que o cidadão gostaria de ter na orla. Ainda no site é possível cadastrar-se para enviar sugestões, críticas ou ressalvas relativas ao termo de referência que será usado para os editais de parcerias para a orla. “O termo é um conjunto de diretrizes para as obras futuras. Assim, as pessoas podem dar detalhes de cada localidade e o que acreditam que possa ou não ter no local”, esclarece o secretário adjunto. A participação nesses meios poderá ser feita até o dia 8/1 do próximo ano.
Além da consulta digital, o coordenador do programa garante que serão feitas reuniões nos próximos meses com entidades diversas. “Nesta semana nos encontraremos com administrações regionais e com a Secretaria das Cidades para estabelecer cronogramas de audiências com grupos variados, de modo a ouvir a demanda de cada um”, explica.