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Moradores deixam prédio que ameaça desabar em Vicente Pires

Segundo a Defesa Civil, o edifício tem problemas graves na estrutura e pode ser demolido, caso as falhas não sejam corrigidas

atualizado

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Vicente Pires desocupação
1 de 1 Vicente Pires desocupação - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Moradores de um prédio interditado pela Defesa Civil na rua 8, chácara 210, lote 2, de Vicente Pires, tiveram de deixar o local nesta sexta-feira (27/10). A construção corre o risco de desabar e pode ser demolida. Tem problemas graves, como fissuras em vigas e lajes.

A Defesa Civil deu prazo para que os moradores desocupassem o edifício até as 8h. Mas ampliou o limite para as 10h, até que todos pegassem seus pertences. Trata-se de uma evacuação emergencial. Assim que o prédio for todo esvaziado, o local será lacrado e os moradores serão impedidos de entrar.

De acordo com a publicitária Suellen Rocha, 35 anos, que reside com o marido e dois filhos em um dos apartamentos do edifício, as famílias estão assustadas e foram pegas de surpresa. “Estamos todos desesperados. Após a avaliação nos últimos dias, eles (fiscais) informaram que teríamos que deixar o local por segurança à nossa integridade física. Mesmo assim, ainda não sabemos o que fazer”, disse a mulher, que reside no quinto andar do prédio.

Ao todo, 20 famílias foram afetadas. “Não nos deram nenhum tipo de informação sobre o que ocorrerá. Queremos ter a certeza de que poderemos voltar. Aqui está todo o investimento da minha família”,  acrescentou Suellen. Ela reside no local há mais de um ano e conta que foi autorizada pelo proprietário a se mudar mesmo com o prédio ainda em obras.

“Temos consciência de que a construção precisa passar por diversas melhorias estruturais”, destacou a publicitária. De acordo com a Agência de Fiscalização do DF (Agefis), o dono do prédio já foi autuado 30 vezes.  São 20 multas até o momento, que somam R$ 123 mil.

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Algumas famílias pagaram R$ 123 mil por uma unidade no edifício embargado pela Justiça
Dono da unidade foi autuado mais de 30 vezes
Outro prédio erguido em área irregular desabou e matou um projetista
A Justiça concedeu ordem para implodir a edificação
O corpo de Agmar Silva foi encontrado sob os escombros
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Moradores que compraram apartamentos no prédio condenado ficaram no prejuízo após serem retirados pela Defesa Civil

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Algumas famílias pagaram R$ 123 mil por uma unidade no edifício embargado pela Justiça

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Dono da unidade foi autuado mais de 30 vezes

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Outro prédio erguido em área irregular desabou e matou um projetista

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A Justiça concedeu ordem para implodir a edificação

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O corpo de Agmar Silva foi encontrado sob os escombros

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Obra não tinha autorização das autoridades para ser construída

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Depois que um homem morreu em uma construção irregular na sexta-feira (20), a Agefis e a Defesa Civil intensificaram a fiscalização na cidade e interditaram o prédio.

A balconista Mirian Silveira, 58 anos, deixou o local na quarta-feira (25). Ela foi para a casa da irmã. Na manhã desta sexta (27), voltou para buscar roupas de cama, panelas e últimos objetos pessoais. “Não resistimos à evacuação. Só queremos saber o que acontecerá com as nossas casas e os nossos investimentos”.  A família de Mirian aplicou R$ 530 mil, há cerca de dois anos, na compra de um apartamento de quatro quartos no endereço agora condenado.

A autônoma Dagmar Maria de Oliveira, 52, disse que está muito abalada com toda a situação. Ela mora no edifício com dois filhos desde dezembro de 2016.  “Não imaginávamos que o prédio tinha tantos problemas. Graças a Deus, temos familiares que nos abrigaram e teremos onde ficar, mas eles podiam ter dado um tempo maior para sairmos com dignidade da mesma maneira como entramos para morar aqui”,  disse.

Problemas graves
O coronel Sérgio Bezerra, subsecretário da Defesa Civil, explicou que os fiscais fizeram uma vistoria no local, a pedido da Administração Regional de Vicente Pires, e perceberam diversos problemas estruturais.  “Houve uma ocupação irregular do prédio ainda em construção e isso não poderia ter ocorrido. Esta semana, durante a nossa vistoria, percebemos um somatório impressionante de problemas estruturais que nunca tínhamos visto antes”, disse.

Segundo ele, há fissuras nas vigas e nas lajes com iminência de desabamento.

É uma estrutura que a Defesa Civil sequer entende porque está em pé . Estamos interditando para que não haja nenhum risco para a vida destas famílias, pois sabemos que essas estruturas matam.

Sérgio Bezerra, subsecretário da Defesa Civil

Segundo Bezerra, para resolver o problema, o prédio teria de ser praticamente reconstruído. “O retorno e a conivência são quase inviáveis em função dos inúmeros problemas identificados”, afirmou. Ele disse ainda que, se o proprietário não apresentar o plano de emergência até o início da semana que vem, a edificação pode ser demolida.

Justiça
O presidente da Associação de Moradores do edifício, Cléber Alves dos Santos, informou que o dono da edificação não atende as ligações dos moradores.  “Ele nos deixou sem nenhum amparo. Hoje (sexta), havíamos marcado uma reunião com advogados e ele sequer deu sinal. Vamos acionar a Justiça para garantir os nossos direitos e resolver os problemas deste prédio. Não queremos a demolição. Vamos até o fim para que tudo seja resolvido”,  disse Cléber.

O Metrópoles tentou contato com o dono do edifício, mas ele não foi localizado até a última atualização desta reportagem.

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