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Moradores de rua do DF fazem ato na Praça do Compromisso, na Asa Sul

Dia Nacional de Lutas da População em Situação de Rua foi marcado por assembléia no mesmo local do assassinato do índio Galdino

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A Praça do Compromisso, na 703/704 Sul, sediou nesta sexta-feira (18/8) atividades pelo Dia Nacional de Lutas da População em Situação de Rua. Homens e mulheres de várias regiões do Distrito Federal escolheram o espaço onde o índio Galdino Jesus dos Santos foi atacado há 20 anos (ele teve o corpo incendiado e morreu em decorrência das queimaduras) para reivindicar mais respeito das autoridades, fim da violência policial e do preconceito, além de mais inclusão.

Os próprios moradores de rua sugeriram a iniciativa, organizada pelas equipes do Centro Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop) da 903 Sul e da Revista Traços. Entre as atividades, futebol, almoço e protesto em frente ao monumento erguido em homenagem a Galdino.

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Eles se reuniram na Praça do Compromisso em protesto
Maria Aparecida passou quase a vida toda na rua e agora conseguiu reinserção social com a Revista Traços
Protesto foi no mesmo lugar onde o índio Galdino foi incendiado
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Pessoas em situação de rua reivindicam fim da violência policial e do preconceito

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Eles se reuniram na Praça do Compromisso em protesto

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Maria Aparecida passou quase a vida toda na rua e agora conseguiu reinserção social com a Revista Traços

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Protesto foi no mesmo lugar onde o índio Galdino foi incendiado

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Uma das participantes era Maria Aparecida Ribeiro, 30 anos – a maior parte deles vividos pelas quadras do Distrito Federal. Ela chegou às ruas aos três anos de idade e só saiu há cerca de dois anos.

A pior coisa da rua era a fome e não ter as coisas certinhas pro meus três filhos. Agora, morando em São Sebastião, minhas crianças têm hora para ir à escola; eu busco eles, dou comida… Depois da Traços tudo mudou

Maria Aparecida Ribeiro, 30 anos, 28 vividos nas ruas do DF

Ela se refere à revista produzida e vendida por pessoas em situação de vulnerabilidade social. O pessoal da publicação e da Secretaria de Estado de Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (Sedestmidh) auxiliaram Maria Aparecida a conseguir um imóvel pelos programas habitacionais do governo local e a se reinserir no mercado de trabalho.

“Nós, servidores, estamos felizes vendo o protagonismo deles para lutar por seus direitos. Estamos juntos nessa luta, para que cada vez mais eles possam ter acesso a melhores serviços e ser vistos por toda a sociedade como cidadãos de direito”, ressaltou o coordenador do Centro Pop da Asa Sul, Luan Grisolia.

 

 

As pessoas atendidas no centro participaram de assembleias, onde surgiu a ideia do protesto, e duas oficinas para criar cartazes e discutir ações relacionadas à vivência nas ruas. “Este mesmo espaço urbano, muitas vezes negado a essa parte da população, hoje é ocupado por pessoas em situação de rua. É muito importante estarem aqui hoje, sem se esconder”, explicou Grisola.

Massacre da Sé
O 19 de agosto foi escolhido como Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua para lembrar o cruel assassinado de sete pessoas que dormiam na Praça da Sé, região central de São Paulo. Os crimes ocorreram entre os dias 19 e 22 de agosto de 2004. As vítimas foram assassinadas com golpes na cabeça e mais oito moradores de rua ficaram feridos, mas sobreviveram.

Em Brasília, a população de rua prestou tributo às vítimas paulistas, mas também à Galdino de Jesus, que dormia em uma parada de ônibus quando cinco jovens decidiram atear fogo ao seu corpo. “Na época do crime contra o índio Galdino, os assassinos disseram achar que era “mendigo”, como se essa fosse uma morte menor e, para eles, aceitável”, resumiu Grisolia.

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