Moradores de condomínio no Altiplano Leste fecham via contra derrubada
No Km 23, sentido Paranoá em frente ao condomínio Solar, e no Km 21, em frente ao Altiplano Leste. Aproximadamente 500 pessoas participam da ação. Policiais militares e bombeiros estão negociando a liberação e apagando as chamas colocadas nos pneus
atualizado
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Pegos de surpresa na segunda-feira (15/8) por equipes da Agência de Fiscalização do DF (Agefis) em uma operação de derrubada, os moradores do condomínio Estância Quintas da Alvorada, no Altiplano Leste, entre o Lago Sul e o Paranoá, se anteciparam nesta terça (16). Eles fizeram barricadas e fecharam a DF-001, principal via de acesso ao local. O objetivo é chamar a atenção para a situação deles e evitar que outras construções sejam destruídas pelos tratores. Quem precisa, não consegue chegar e nem sair da região.
O bloqueio começou por volta 7h. A via tem dois pontos completamente interditados: no Km 23, sentido Paranoá em frente ao condomínio Solar; e no Km 21, em frente ao Altiplano Leste. Aproximadamente 500 pessoas participam da ação. Policiais militares e bombeiros estão negociando a liberação e apagando as chamas colocadas nos pneus.Os manifestantes, entretanto, dizem que só vão sair depois que conseguirem marcar uma reunião com o governador Rodrigo Rollemberg (PSB). “Não foi aberto qualquer canal de diálogo conosco. Fomos surpreendidos com a chegada da Agefis e nem pudemos nos defender”, reclamou Lila Paula de Souza, 37 anos, servidora pública e moradora do Quintas da Alvorada desde 2010.
De acordo com ela, o condomínio tem cerca de duas mil casas e seis mil moradores. “Foi uma ação arbitrária do governo. Não fomos notificados, arrombaram as casas”, desabafou. A servidora pública disse, ainda, que se não houve uma negociação, os moradores prometem fechar a Ponte JK nesta semana.
Área pública
Segundo a Agefis, os imóveis foram construídos em área pública, de propriedade da Terracap. Os moradores se mobilizam para tentar uma liminar da Justiça para interromper a derrubada. Nessa primeira fase, imóveis em construção ou vazios estão sendo derrubados. Duas casas de dois andares e área de lazer em construção foram derrubadas.
A Agefis alega que a operação cumpre determinação judicial decorrente da ação civil pública 29.041/94. Aproximadamente 200 outras construções no condomínio realizadas após julho de 2014 também devem ser derrubadas.
A Agefis explicou que a identificação das construções irregulares é feita por geoprocessamento utilizando imagens de satélite. De acordo com o órgão, o terreno, de 2.313.122 metros quadrados e vinha sendo ocupado irregularmente desde 2008.
A agência garante que nenhuma das residências chegou a ser habitada. A maioria ainda está na fase de obras de alvenaria. Há três liminares judiciais: uma delas destinadas a garantir a construção de duas portarias de acesso ao condomínio, e duas para habitações.