Morador de prédio desabado reencontra cão que dormiu em escombros
Safira, de 7 anos, foi resgatada pelo tutor na manhã desta sexta-feira, menos de 24 horas após o prédio onde morava ruir
atualizado
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Na manhã desta sexta-feira (7/1), menos de 24 horas após o desabamento de um prédio na QSE Área Especial 20, em Taguatinga, a cachorrinha Safira foi encontrada rondando o local. Ela estava desesperada, uivando, tentando entrar nos escombros para voltar para casa. O tutor da cadelinha, Osmar Santos, 65, passou a noite em um hotel, triste com a tragédia e preocupado com o animal. Nas primeiras horas do dia, voltou ao condomínio e encontrou Safira, que dormiu sob o resto de concreto do edifício que ruiu.
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Segundo moradores, Safira dormiu sob os escombros do prédio desabado. Ao voltar ao local e ver a cadelinha chorando, Osmar a chamou e pegou no colo. Ele disse que a levaria para a casa de um parente, como solução paliativa. “Vamos voltar com ela. Não posso levar para o hotel, mas ela também não pode ficar aqui né?!”, comenta.
De acordo com Osmar, Safira, que tem 7 anos, é acostumada a andar sozinha na rua, mas sempre volta para casa. “Se para nós é estranho ver o prédio assim, imagina para ela. A coitadinha não está entendendo nada”, conclui.
Segundo os moradores, todos os 26 apartamentos estavam ocupados. Inicialmente, estimava-se que cerca de 50 pessoas habitam nas residências. Porém, nessa sexta, as autoridades confirmaram que 100 pessoas moravam no local.
Luana Magalhães, 28, também teve de evacuar o apartamento às pressas e acabou deixando os 10 gatos que cria para trás. “Deixei tudo. Salvei apenas o cachorro. Não consegui pegar os gatos, não deu tempo. Estou desesperada, sem chão e sem rumo”, contou chorando. “Acho que não tem chance. Eu morava no primeiro andar, que foi totalmente destruído, então perdi as esperanças. Só se eles se esconderam em algum local, mas não tenho expectativa disso”, lamenta.
Luana morava no prédio há 1 ano e três meses e também vinha percebendo piora nas infiltrações e rachaduras do apartamento. Abrigada na casa de parentes, a mulher levou apenas a roupa do corpo.
Nem os militares do Corpo de Bombeiros nem os agentes da Defesa Civil do Distrito Federal têm informações oficiais sobre a quantidade de animais de estimação que continuam no local. Por risco de novos desabamentos, não há previsão para resgate dos bichos presos no local.
Veja o momento em que o prédio desabou:
O prédio segue isolado e, segundo a Defesa Civil do DF, deve permanecer assim até domingo, no mínimo. Equipes trabalham na análise da estrutura física do local. De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF), até lá, nenhum morador será autorizado a entrar para buscar pertences ou animais de estimação, presos no prédio.
Na manhã desta sexta-feira, o governador em exercício, Paco Britto, esteve no local e conversou com moradores. “Ontem mesmo demos atendimento aos desabrigados através da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes)”, disse.
Todos os 26 apartamentos estavam ocupados. Inicialmente, estimava-se que cerca de 50 pessoas habitam nas residências. Porém, nessa sexta, as autoridades confirmaram que 100 pessoas moravam no local.
Luana Magalhães, 28, também teve de evacuar o apartamento às pressas e acabou deixando os 10 gatos que cria para trás. “Deixei tudo. Salvei apenas o cachorro. Não consegui pegar os gatos, não deu tempo. Estou desesperada, sem chão e sem rumo”, contou chorando. “Acho que não tem chance. Eu morava no primeiro andar, que foi totalmente destruído, então perdi as esperanças. Só se eles se esconderam em algum local, mas não tenho expectativa disso”, lamenta.
Luana morava no prédio há 1 ano e três meses e também vinha percebendo piora nas infiltrações e rachaduras do apartamento. Abrigada na casa de parentes, a mulher levou apenas a roupa do corpo.
Sem alvará
O prédio não tinha alvará de construção ou carta de Habite-se e era irregular. A informação foi confirmada ao Metrópoles pelo Governo do Distrito Federal. Ainda segundo o GDF, a obra não foi autorizada pela Central de Aprovação de Projetos da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) e sequer houve solicitação de licenciamento para o projeto.
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Já a Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal) informou que o único registro encontrado de ações fiscais no local trata-se de uma notificação por descarte irregular de resíduos.
Rachaduras
A Defesa Civil, responsável pela prevenção de desastres no DF, informou que após acionada na manhã dessa quinta constatou rachaduras e deformação de pilares na edificação que veio a desabar. Durante a tarde, o órgão, em conjunto com o CBMDF, diminuiu o peso do prédio, esvaziando caixas d’água, o que aliviou o peso em 15 toneladas.
No entanto, segundo a Defesa Civil, esta é uma medida paliativa e a pasta vai continuar monitorando o local. Os prédios vizinhos também foram esvaziados. A subsecretaria vai aguardar a acomodação da estrutura por 72 horas e, após esse prazo, solicitar o escoramento da estrutura remanescente.
Veja o prédio antes de desabar:
Veja o prédio após o desabamento:
Desabamento
O pedido de socorro foi motivado pelo aumento nas rachaduras do prédio. Durante a evacuação, os inquilinos conseguiram retirar apenas bens menores dos apartamentos. Segundo o CBMDF, três dos cinco pavimentos se mantêm íntegros, mas a situação “é crítica” e “pode acontecer qualquer outro desabamento nos próximos minutos ou horas”. Não há confirmação de vítimas.