1 de 1 Foto colorida de fachada de colégio
- Foto: Reprodução/Google Maps
Pais e mães de estudantes do Colégio Estadual Rocha Leal (foto em destaque), em Águas Lindas (GO), no Entorno do Distrito Federal, estão revoltados com uma das monitoras da escola pública, que recebe alunos do 5º ano do ensino fundamental ao 3º do médio. O incômodo começou após a profissional encaminhar um vídeo com fake news sobre uma suposta forma de se curar a dengue.
O vídeo divulgado dizia que 200 mililitros de suco de limão poderiam matar o vírus da dengue e acabar com a carga presente no organismo. Além disso, o boato afirmava que caldo de cana seria o suficiente para tratar de casos hemorrágicos da doença. No entanto, as duas informações são falsas. Para não reproduzir o conteúdo sem comprovação científica, o Metrópoles não publicará o conteúdo na íntegra.
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A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente à morte
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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias
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A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos
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No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles -- ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes
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Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos
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No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte
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Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue
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Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão
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Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada
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Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona para aliviar os sintomas
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Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas
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A instituição de ensino onde trabalha a monitora recebe aproximadamente mil estudantes e conta com turmas de turno integral. A mãe de um dos alunos do colégio contou à reportagem que ficou indignada após receber a mensagem da monitora, em um grupo de WhatsApp da comunidade escolar.
Além do vídeo, a mensagem da monitora dizia não ser necessário se vacinar contra a dengue caso fosse seguido o procedimento enganoso. “Primeiro, eu até acreditei e repassei. Depois, falaram para mim que era fake”, contou a mãe, que pediu para não ter o nome divulgado. “Achei um absurdo ser [uma mensagem no grupo] da direção [da escola] e saber que o vídeo era falso”.
A monitora trabalha na coordenação disciplinar da escola e, no grupo de WhatsApp onde circulou a fake news, apenas os administradores poderiam enviar mensagens – como é o caso dela. O grupo é usado para repasse de informes e recados da instituição de ensino aos responsáveis pelos estudantes.
Questionada pela reportagem a respeito do episódio, a monitora – que terá o nome preservado por não ser responsável pela gestão da escola – respondeu que não sabia da inveracidade do conteúdo compartilhado. Ela disse ainda ter atendido ao pedido de uma professora, que não faz parte do grupo, mas pediu que a colega enviasse a mensagem pela plataforma.
A monitora detalhou que atendeu à solicitação pelo fato de o colégio ter registrado muitos casos de dengue entre alunos e funcionários recentemente. Contudo, reconheceu saber que muitas “receitas” divulgadas pela internet não têm fundamento.
Minutos depois do contato com a reportagem, a monitora se retratou no grupo da comunidade escolar e removeu o vídeo da conversa. Ela também publicou checagens de notícias que desmentem a falsa informação de cura da dengue por meio do consumo de limão e caldo de cana.
O Metrópoles questionou a Secretaria de Educação de Goiás sobre o ocorrido, mas não teve resposta até a mais recente atualização desta reportagem. O espaço segue aberto eventuais manifestações.
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